domingo, 31 de outubro de 2010

O Geopark Araripe


O GEOPARK ARARIPE que está em consolidação na porção cearense da Bacia do Araripe, um dos principais sítios do Período Cretáceo da Terra. A região é especial pelos achados geológicos e paleontológicos inéditos desde os primeiros anos do Século XIX, com registros entre 110 e 70 milhões de anos, em excepcional estado de preservação e diversidade.

No Araripe está mais de um terço de todos os registros de pterossauros descritos no mundo, mais de 20 ordens diferentes de insetos e única notação da interação inseto-planta. Há similares destas mesmas espécies na África, indício de quando os continentes foram um só, na época do continente primaz Gondwanna.

A proposta pretende a preservação dos locais principais, transformados em sítios de visitação e pesquisa compondo uma rede de 9 parques ou Geotopes, com registros documentais considerados imprescindíveis à compreensão da origem, evolução e atual estrutura da Terra e da vida.

Localizados nos municípios de Santana do Cariri, Nova Olinda, Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha Todos os locais são representativos de estratos geológicos e tem formações fossilíferas.

A origem da proposição se deu a partir elaboração do APPLICATION DOSSIER FOR NOMINATION ARARIPE GEOPARK, STATE OF CEARÁ, BRAZIL, resultado do Convenio de Cooperação Universität Hamburg / URCA/ DAAD, sob a coordenação do Prof. Dr. Gero Hillmer, Curador do Instituto e Museu de Paleontologia da Universität Hamburg e colaboração de outros professores da própria URCA - Prof. Dr. André Herzog Cardoso e Prof. Dr. Alexandre Magno Feitosa Sales e colaboradores de outras universidades - Prof. José Sales Costa Filho/ UFC, encaminhada à verificação da UNESCO, objetivando o reconhecimento de todas estas situações relevantes, no início de 2006.

O documento continha uma ampla documentação científica sobre o Araripe, análise territorial de mais de 60 situações relevantes e informações sobre o potencial de desenvolvimento sustentável da região sob os aspectos da Educação, Cultura, Turismo, Preservação do Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Econômico, o que levou a sua aprovação na 2nd UNESCO Conference on Geoparks, em Belfast, Irlanda, em Setembro/ 2006.

Fonte: http://geoparkararipe.blogspot.com/ Imagem da Floresta Fóssil de Missão Velha.

O Rio Poty

O Rio Poty, nascido nos contrafortes da Serra da Joaninha, no município de Parambu, no Estado do Ceará, é um rio integralmente posicionado no Semi Árido nordestino. Corta parte do Ceará, no sentido Norte Sul, passando por Novo Oriente até alcançar o município de Crateús. Em seguida, penetra no Estado do Piauí, passando a correr no sentido Leste - Oeste até desaguar no Rio Parnaíba, junto a cidade de Teresina.

A restauração do Mercado Central São José

A Prefeitura de Teresina pretende realizar, em breve, uma primorosa tentativa de restauração e reabilitação da arquitetura original do Mercado Central São José, que inclui toda a recomposição do conjunto de seus arcos originais, que ainda se encontram na estrutura do edifício, além de contemplar ainda toda a edificação com a reconstrução da galeria original existente em volta do mesmo, melhorando a circulação, de forma a possibilitar que o “Mercado Velho” retome a presença e a imponência da sua arquitetura. O quadro de intervenções propostas pretende o redesenho integral de suas partes e instalações, além do entorno urbano.

Fonte: Prefeitura de Teresina

O Mercado Central São José de Teresina

O Centro Histórico de Teresina, cuja origem revela o cenário do início da sua história, mais especificamente o sítio da Praça Marechal Deodoro, conhecida como Praça da Bandeira, guarda uma rica paisagem urbana que inclui um conjunto arquitetônico de exemplares marcantes do classicismo ao modernismo.

A sede da antiga Intendência de Teresina, construído em fins do século XIX edificado em estilo neocolonial, com alterações com a implantação de elementos neoclássicos, que atualmente abriga a Fundação Wall Ferraz, a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Rural (SDR), a Igreja Nossa Senhora do Amparo, e o Museu do Piauí - uma edificação de 1859, com altas janelas em arco. Registram – se ainda o prédio da Justiça Federal, cuja construção foi iniciada em 1902, exemplar do estilo neoclássico e o Palácio da Cidade - Prefeitura Municipal de Teresina, construído em 1922 para sediar a Escola Normal, também com característica e imponência neoclássica.

Além de todos estes exemplares um edifício marca o cenário da área central da cidade - o Mercado Central São José – mais conhecido como Mercado Velho de Teresina, que apresenta fachadas originais voltadas para a Rua Aerolino de Abreu e Praça Marechal Deodoro (Antiga Praça da Constituição) e para a Rua Riachuelo, esta se articula com a Rua Lisandro Nogueira (Antiga Rua da Glória).

O Mercado apresenta com a tipologia organizacional de uma antiga feira, com um pátio central e corredores internos e externos, destinados a lojas e açougues. Com traços arquitetônicos imponentes marcados por seus arcos em seqüência e paredes de grande espessura, característica da arquitetura românica, atualmente encontra-se descaracterizado e “mascarado” por elementos construtivos que o fazem passar despercebido.

As obras de edificação do Mercado Central São José ou “Mercado Velho” foram iniciadas no século XIX, por volta de 1854, nos primórdios da implantação da própria cidade pelo Conselheiro José Antônio Saraiva. Hoje o que está na pauta do dia é a sua restauração de forma atender as demandas de requalificação da área central da cidade e fortalecimento do turismo regional.

Guia de Projetos de REDD+ na América Latina

O Idesam e TNC, com o apoio da GTZ lançam a publicação “Guia de Projetos de REDD+ na América Latina” na versão em português, uma atualização da primeira edição em inglês publicada durante a COPD15 em Copenhagen. O guia traça um panorama da situação atual dos projetos de REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal) desenvolvidos na América Latina.

O guia apresenta de maneira detalhada e acessível os projetos em estágios avançados de desenvolvimento na América Latina, juntamente com a situação atual das negociações de REDD+ no âmbito da Convenção do Clima (em sua sigla UNFCCC). Com o objetivo de difundir informações e experiências, o guia tem papel fundamental na construção metodológica de novos projetos e para a definição de sistemas e regimes nacionais de REDD+.

São apresentados 17 projetos que trazem informações específicas sobre seus aspectos técnicos e metodológicos e estratégias financeiras.

Fonte: Portal O ECO http://www.oeco.com.br/

Manifesto científico sobre Código Florestal

Saiu nesta semana um documento elaborado por pesquisadores do Programa Biota Fapesp e pela Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) trazendo uma análise dos “Impactos potenciais das das alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos".

O trabalho faz uma síntese das preocupações ambientais de pesquisadores da área ambiental, que acreditam que a proposta do novo Código Florestal, apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não fazem sentido algum à luz de tudo que a Ciência já sabe em relação à conservação da natureza.

No dia 03 de agosto foi realizada uma reunião entre integrantes do projeto Biota para não só avaliar as principais ameaças ao meio ambiente, inerentes ao novo código, mas também apontar soluções e alternativas, com base científica sólida, que possam embasar a discussão acerca da legislação. No documento são demonstrados os impactos negativos sobre a biodiversidade, que são consensuais entre os pesquisadores. Alguns exemplos são a maior fragmentação da vegetação, impactos negativos sobre rios e matas ciliares e impactos decorrentes da expansão agrícola.

Fonte: Portal O ECO

sábado, 30 de outubro de 2010

A questão ambiental fora do debate presidencial

Como sempre a questão ambiental esteve fora do debate presidencial da noite passada. Nenhum dos dois candidatos e dos entrevistadores tocou no assunto, a não ser de forma muito geral. Estamos aí com a maior seca da Amazonia, em 108 anos, com os rios sem água, o Cerrado em chamas, o Nordeste causticado como sempre e também em chamas e, não se registram metas de transformação desta histórica trajetória de predação continuada, que inclui agora, em destaque a consolidação da Hidrelétrica de Belo Monte, a perspectiva do aumento da exploração petrolífera, a ausência de preocupações com a proteção e a preservação das áreas de conservação em todo o Brasil.

Atropelos do Complexo Tapajós

Nesta quinta feira, dia 28 de outubro, o Ministério Público Federal recebeu uma nota de repúdio às empresas Eletronorte e Ruraltecs, que são acusadas de invadir a comunidade de Pimental, oeste do Pará. Movimentos sociais, ONG’s e a população local das cidades de Itaituba, Santarém, Altamira e Belém assinam o documento a ser protocolado. As 46 entidades que se movimentam contra as grandes companhias de geração de energia argumentam que não estão sendo ouvidas e que serão atingidas. O Complexo Hidrelétrico do Tapajós é mais um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento.

A comunidade de Pimental foi “visitada” sem anúncios prévios por técnicos da “Ruraltecs” contratatos pela Eletronorte no dia 12 de outubro e iniciaram suas atividades de marcação e medição sem nenhuma interação com a comunidade. Apoiados pelo governo, os técnicos agora enfrentam a indignação dos moradores da região que querem a retirada dos trabalhadores.

Fonte: Salada Verde/ Portal O ECO


Problema global, impactos locais

A empresa britânica Maplecroft divulgou na semana passada uma levantamento com 170 países para apontar as regiões mais ou menos vulneráveis às mudanças climáticas. A empresa baseou-se em 42 fatores sociais, econômicos e ambientais como metodologia de aconselhamento de riscos, avaliando os perigos para a sociedade gerados pelas alterações do clima. Montou, assim, o Índice de Vulnerabilidade pelas Mudanças Climáticas, um guia de investimento estratégico e a adoção de políticas.

A pesquisa enumerou 16 países considerados em “risco extremo” nos próximos 30 anos com a progressão das mudanças climáticas. Entre esses cinco são localizados no Sul da Ásia: Bangladesh (1°), Índia (2°), Nepal (3°), Afeganistão (4°) e Paquistão (4°). O Brasil foi categorizado como país de “alto risco”, juntamente com a China e o Japão. Os países com “médio risco” são Estados Unidos, Alemanha, Rússia, França e Grã-Bretanha. Já a Noruega e outros 11 países possuem a classificação de “baixo risco”.

De acordo com o Índice, todos os países possuem alguma vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas, por motivos de exploração dos recursos naturais, grande densidade populacional ou fragilidade territorial. No entanto, países com altos níveis de desigualdade social, má qualidade de saúde e dependência agrícola têm agravantes maiores e, consequentemente, são considerados de risco mais elevado. O Sul da Ásia se enquadra nesta situação.

Fonte: Salada Verde/ Portal O ECO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Norma municipal que regulamenta o uso de sacolas plásticas em Teresina

A norma municipal que regulamenta o uso de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais de Teresina é de 2009, mas boa parte das grandes lojas e empresas atingidas pela lei já estão com sua situação atualizada. Isso é o que afirma o secretário municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Valdemir Virgino.

A lei obriga estabelecimentos de grande porte (que tenham mais de 75 funcionários) e que disponibilizam sacolas plásticas aos seus clientes a adotar a sacola oxibiodegradável, feita com um modelo de plástico que agride menos o meio ambiente, durando apenas um período entre 6 a 18 meses até a decomposição – incomparavelmente menor que o da sacola plástica convencional, que leva em torno de 450 anos para se reintegrar ao solo.

Outra opção para os clientes carregarem suas compras sem poluir tanto é a sacola retornável. Em alguns supermercados, este tipo de sacola custa R$ 1,99 a unidade, mas pode ser reutilizada por diversas vezes, já que é feita utilizando tecido ao invés do plástico. Os estabelecimentos incluídos na cobertura da lei e que ainda não ofereçam nenhum dos tipos da sacola, quando notificados, têm o prazo de 15 dias até a regularização.

Fonte: O DIA Online

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Seca recorde muda a paisagem do Rio Negro


Seca recorde do Rio Negro muda a rotina de carregadores e comerciantes do Porto de Manaus. O que era água do Rio Negro, no período de cheias, no Porto de Manaus, hoje abriga carros, caminhões e barcos. A areia aparece pelo recuo de 100 metros da margem está sendo suada para base do comércio e como via de caminhada por viajantes e carregadores dos mais variados produtos.

Na maior seca do Rio Negro em 108 anos, a paisagem muda ao longo de seu curso. O canoeiro José dos Santos conta que um lajedo de pedras "reapareceu" no meio do rio, a cerca de 400 metros da margem. "Elas só foram vistas em 1963, quando também houve recorde de vazão do rio. Em 1983 um barco bateu nelas e ficou encalhado. Mas não dava para ver. Agora, em outubro, ela reapareceu”. O lajedo virou atração turística a banhistas.

O também canoeiro Pedro Roque, de 62 anos, diz que "há lugares que não dá para passar” pela primeira vez em muitos anos porque leitos de igarapés estão secos.

No último domingo, o nível do Rio Negro chegou a 13,63m, um centímetro a menos que o recorde de 1963. É o nível mais baixo em 108 anos, desde que a medição começou a ser feita no Porto de Manaus. Na segunda-feira, subiu para 13,65m e , na quarta, atingiu 13,70m. Daniel Oliveira, chefe do setor de hidrologia do Serviço Geológico do Brasil, o CPRM, afirma ao iG que, apesar de o rio Negro estar subindo desde domingo, ainda não é possível saber se a vazão chegou ao fim. “O rio Negro é decorrente do que acontece no Solimões, sobe e desce de acordo com ele”, explica. A água do rio Solimões voltou a cair, após dias seguidos de alta.

A seca no Amazonas fez com que 38 dos 62 municípios decretassem situação de emergência, segundo informou a Defesa Civil do Estado. Mais de 62 mil famílias já foram afetadas pela estiagem e pelo baixo nível dos rios. No interior, há comunidades isoladas e barcos impedidos de atracar nos portos. Em Manaus, há leitos de igarapés secos bem no meio da capital.

Segundo o CRPM, o rio Solimões já alcançou o menor nível da história nos principais pontos de medição. O rio Amazonas também já quebrou recorde com o menor nível registrado desde 1970, quando iniciou a medição.

Fonte: Portal IG

Lixo e lama do lugar do Rio Negro


O que antes era só especulação agora virou fato: neste domingo, 24 de outubro, o Rio Negro atingiu 13,63 cm de vazante e bateu um recorde que nos permite afirmar, de acordo com informações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) do Ministério de Minas e Energia (MME), que estamos diante da pior seca já registrada na história da Amazônia Ocidental, desde 1902. De acordo com Daniel Oliveira, engenheiro hidrólogo do CPRM, o rio pode baixar ainda mais nos próximos dias.

Esta informação foi confirmada por pessoas com as quais a reportagem de ((o)) Eco teve acesso. “Tá baixando e vai baixar mais ainda”, contou Beto Santos, comerciante que há dez anos administra um pequeno restaurante na Praia da Lua, a preferida da população local de Manaus para os chamados “banhos” aos finais de semana. Ao chegar na cidade não resisti e fui até a Marina do Davi, de onde saem barcos para esta praia, banhada pelas águas do Rio Negro.

Queria vê-lo com meus próprios olhos e antes que pudesse sair do táxi munida de minha câmera e meu bloco, o Beto se aproximou e falou sobre a seca. “Aquele mundão de água acabou”. E como fica o seu trabalho na Praia da Lua, Beto? “Não é mais da lua, é da lama. Teve o tempo bom para a gente, agora veio o tempo ruim”.

Enquanto ele falava eu anotava o que dizia e não pude deixar de olhar, vez ou outra, ao cenário às suas costas: um imenso vazio de areia, lama e lixo. Onde está o rio Negro com cor de chá mate? Pelo menos naquelas bandas, não existe mais. Sua água está mais lamacenta e barrenta do que a do rio Solimões.

Desci do táxi e o que me esperava era um imenso barranco, cujos flutuantes tocavam a areia, suspensos pelo Açacu, ou Hura crepitans, um tipo de madeira cuja tora fica abaixo dos chamados flutuantes. Casas suspensas sobre ela não afundam e acompanham cheias e vazantes. Neste caso, todas estavam no chão ao lado de vários tipos de entulho que jogam para dentro deste rio e que agora se encontra ao ar livre para quem quiser ver: são milhares de garrafas pet, bancos de madeira, pedaços inteiros de barcos, motores velhos. Não seria esta uma ótima oportunidade de trabalho para a prefeitura de Manaus? Na seca, bem que este monte de lixo poderia ser recolhido. O cenário que eu vi, você vê a seguir.

Ano passado o mesmo Rio Negro inundou ruas do centro de Manaus, no Amazonas, ao bater outro recorde – a maior cheia já vista - ao atingir 29.77 cm. E, neste ano, eis a maior seca já registrada. Pensar nas mudanças climáticas tem sido corriqueiro ultimamente, mas pesquisadores argumentam que não é bem assim.

Antonio Manzi, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), explica que não é possível relacionar uma coisa à outra de maneira definitiva. “Em 1953 tivemos uma cheia da mesma magnitude de 2009 e em 1963, uma seca nos níveis de 2010. Isso não quer dizer, no entanto, que não tenha havido aí uma contribuição das mudanças climáticas globais. Elas podem ter intensificado a cheia e a seca mais recentes, embora este seja um fenômeno natural”, explica.

Rafael Cruz, da campanha da Amazônia do Greenpeace, concorda que não se pode aliar a cheia e a seca históricas às mudanças climáticas. No entanto, adverte: "Esta situação dá a foto do que vai acontecer com a Amazônia se não diminuirmos as emissões de carbono no mundo".

Rios que abastecem comunidades rurais estão reduzidos a pequenos cursos ou leitos tomados pela lama. A população sofre também com a falta de água potável, pois nem todas as vilas contam com poços profundos. Sem transporte, certos produtos (como os que são vendidos em supermercados) não chegam às comunidades. De acordo com Caio de Souza, um barqueiro que trabalha na Marina do Davi, perto da praia de Ponta Negra, em Manaus, apesar da situação difícil, na seca não falta peixe na Comunidade do Livramento, onde vive com sua família. “Com pouca água, os peixes se disperçam menos e fica mais fácil pescar”, conta.

No Solimões, a vazante este ano também foi a maior já registrada, 86 centímetros negativos, em 12 de outubro. No entanto, nos últimos dias o nível do Alto Solimões voltou a subir. Ao longo do rio Amazonas, o CPRM também registra níveis inéditos. Em todo o estado, cerca de 40 municípios decretaram situação de emergência. Segundo informações da Defesa Civil, mais de 60 mil famílias foram atingidas.
Fonte: Karina Miotto/ O ECO http://www.oeco.com.br/reportagens

INPE prevê mais chuvas no trimestre

As chuvas que têm caído no centro e sul do Estado do Piauí e no sul do Estado do Ceará nos últimos dias têm os agricultores destas regiões animados. No entanto, de acordo com o CPTEC/ Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a previsão para os próximos três meses (novembro, dezembro e janeiro) é de que as precipitações vão ficar na categoria de normal e abaixo da normal climatológica, ou seja, entre 100 e 200 milímetros, que é a média histórica.

De acordo com a meteorologista do CPTEC, Priscila Farias, o fenômeno que contribui para essa perspectiva é a La Niña, no Pacífico Equatorial. "Nesse período as chuvas serão bem distribuídas em todo o Estado". Ela ainda informou que a temperatura vai variar entre 34 e 36. Com relação às chuvas recentes, o meteorologista, também do Cptec, José Felipe Farias, explicou que são pancadas ocasionadas pela alta temperatura e transporte de umidade. "O calor e a umidade causaram chuva, mais no interior. Os ventos do leste acabam trazendo a umidade do oceano para o continente", disse ele.

Fonte: Cidades/ Diário do Nordeste. Imagem da paisagem da região do Cariri está mudada nesses últimos dias, em razão das últimas precipitações. Fotografia Antonio Vicelmo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mestrado em Ecologia

O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), em parceria com a Natura, abriu inscrições para cursos de Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável na Universidade Uniluz, voltado aos temas de preservação dos recursos socioambientais. As inscrições vão até o dia 31 de dezembro.

O curso de mestrado é reconhecido pela CAPES e tem o objetivo de formar profissionais inovadores para o mercado brasileiro de conservação, biodiversidade e desenvolvimento sustentável. O curso será ministrado por pesquisadores doutores do IPÊ e convidados, todos envolvidos profissionalmente com as áreas ambientais.

Serão oferecidos dois cursos, um intensivo e um modular, ambos em uma das sedes do IPÊ, em Nazaré Paulista, interior de São Paulo. O curso intensivo é próprio para pessoas com disponibilidade de permanência na universidade durante o primeiro ano, como recém formados ou profissionais que estejam fora do mercado. Já o curso modular possui duração de quatro semestres, distribuídos em cinco semanas, visando profissionais sem tempo integral de estudo.

Mais informações no site www.escas.org.br ou pelo telefone (11) 4597 3525

Fonte: Portal O ECO

Curso de Atualização em Direito Ambiental

Do dia 13 ao dia 15 de novembro o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) oferecerá um curso de atualização em Direito Ambiental. O curso abordará as principais discussões ambientais da atualidade, envolvendo legislações ambientais mais gerais, a lei de política nacional de meio ambiente, a política de recursos hídricos, a política urbana, o código florestal e a lei de biossegurança.

Maria Heloísa C. Fernandes, bióloga e bacharel em direito, ministrante do curso, tratará temas como, conceitos e princípios do direito ambiental, Direito ambiental constitucional, política ambiental, instrumentos de proteção ambiental, responsabilidade ambiental e política urbana.

O investimento será de R$ 690,0, podendo ser parcelado. Para fazer sua inscrição basta entrar no site: www.ipe.org.br.

Fonte: Porta O ECO

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Chuvas em Teresina vão prosseguir até 2a feira


As chuvas deverão prosseguir até a próxima segunda-feira em Teresina, mas de forma isolada. A previsão é do meteorologista Mainar Medeiros, da Gerencia de Hidrometeorologia da Secretaria Estadual de Mio Ambiente e Recursos Hídricos(Semar). Na região Sul do Piauí, as chuvas de pré-estação também vão continuar.

Medeiros explica que a chuva ocorrida na manhã desta sexta-feira(22) na capital foi por conta da alta concentração de vapor e umidade, auxiliado pelo movimento vertical ascendente que elevou o ar e formou nuvens de cúmulos e cumulonibus. Os cumulos são nuvens densas que se formam em ar instável, enquanto as cumulo nibus são nuvens cuja importância está ligada a tempestades e tempo turbulento.
O meteorologista adianta que a variabilidade atmosférica vem deixando o tempo oscilando entre encoberto e parcialmente nublado no Piauí. Também foram registrados chuviscos e chuvas moderadas em diversas áreas.

Segundo Mainar Medeiros, o enfraquecimento do centro de alta pressão, a redução da massa de ar quente e seca e o seu posicionamento mais para o oceano, provocaram a geração de linhas de instabilidade, aglomerados convectivos, troca de calor e o auxilio das contribuições locais e dos ventos alísios nos transportes de vapor e umidade, contribuindo para amenizar o calor.

No período, houve uma redução no número de focos de incêndios, principalmente nos cerrados e em parte da região semiárida. Este ano, já ocorreram 6.250 queimadas no Piauí.

Fonte: O DIA Online

Geopark Araripe vai ser avaliado


Quatro ano após a sua criação, o Geopark Araripe passará pela primeira avaliação, entre os próximos dias 17 e 19 de novembro, período em que acontece, em Juazeiro do Norte, a 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparques. Na ocasião, representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) visitarão a área para avaliar a possibilidade de revalidação do selo Geopark Araripe.

O evento, cujo tema será "Como criar e gerir Geoparques", foi apresentado, na tarde ontem, ao diretor geral de programação do Sistema Verdes Mares, Edilmar Norões. De acordo com o coordenador científico do Geopark Araripe, Álamo Saraiva, um dos principais desafios do parque, atualmente, é ampliar a consciência dos moradores da região sobre a importância da preservação. "O tráfico de fósseis e as queimadas ainda são problemas a serem combatidos", disse.

Com a revalidação do selo da Unesco, Saraiva espera que o Geopark passe a ser visto com mais atenção por parte da população. Neste sentido, acrescentou, já são colocados em prática projetos como o "Geopark no Recreio", voltado para crianças em idade escolar. "Não se trata de uma iniciativa deste ou daquele governo, mas, sim, para várias gerações", destacou ele.

São esperados na Conferência mais de 200 participantes de diversas partes do Brasil e de países como França, Grécia, Malásia, Alemanha, Irlanda, Espanha, Portugal, Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Nicarágua, Peru e Venezuela. A ideia é divulgar e promover o conhecimento sobre a forma de criação e gestão de geoparques visando a sua implementação e difusão nos países da América Latina e Caribe. "Será uma troca de experiências bastante rica para todos", garantiu Álamo.

Exigências

Para que haja a revalidação do selo, é preciso cumprir diversas exigências e, ao final da avaliação, alcançar, no mínimo, um total de 600 pontos. Entre os critérios que serão levados em consideração pela Unesco, estão a presença do Geopark Araripe na mídia, ou seja, de que forma as informações relativas a ele têm chegado ao público; a quantidade de cursos de capacitação promovidos; a sua produção científica; a presença em congressos sobre o tema; e a parceria com outros geoparques. A secretária adjunta da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Teresa Lenice Mota, está certa de que o selo será renovado. "Já avançamos muito e vamos mostra isso. O próximo passo é dinamizar o desenvolvimento econômico vinculado ao potencial turístico do Geopark".

Assim, os planos são ampliar os investimentos em capacitação do trade turístico local e estimular a geração de renda de forma sustentável.

Futuro

"Não se trata de uma iniciativa deste ou daquele governo, mas, sim, para várias gerações"

Fonte: Caderno Cidades/ Diário do Nordeste

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Desvendando o Cerrado e a Caatinga


Pete Oxford é um biólogo Inglês que vive no Equador ha 25 anos. Junto com sua mulher, a Sul Africana Renne Bish ele vem viajando extensivamente por todos os continentes do mundo fotografando a fauna, flora e paisagens intactas. As suas fotos já foram publicadas em revistas como a National Geographic, International Wildlife, Smithsonian, Geo, BBC Wildlife e Nature’s best entre outras. Pete já publicou nove livros no Equador, a maioria com o angulo de conservação do meio ambiente e um décimo livro sobre a Mongólia alem um décimo primeiro sobre a Guiana que esta sendo finalizado. Ele acredita no ditado antigo de que “uma fotografia vale mais do que milhões de palavras” e acredita que antes de uma espécie ou local serem protegidos as pessoas precisam conhece-los. Pete diz que usando a fotografia nossa mensagem transcende culturas, línguas, classe social e idade e, uma única imagem pode alcançar os corações de toda uma população e chegar a influenciar as decisões governamentais.

Fonte; Portal O ECO http://www.oeco.com.br

Outros olhos sobre as cidades

Um dos momentos mais inebriantes que já vivi num cinema foi assistindo a uma cena de “Birdy” (“Asas da Liberdade”), de Alan Parker. Trata-se de um belíssimo filme, sobre a liberdade, a loucura, e a amizade. O personagem-título, um rapaz reprimido e perturbado (vivido por Matthew Modine), desenvolve uma obsessiva ligação emocional com as aves, que simbolizam a liberdade que ele mesmo não tem. Suas esquisitices ornitológicas e suas desastradas tentativas de voar são toleradas e cada vez mais compreendidas por seu melhor amigo, Al (Nicholas Cage). Após Birdy ter sofrido um violento trauma de guerra, Al faz de tudo para evitar que ele perca o tênue contato que ainda tem com a realidade. De repente, lembro-me bem, perdi o fôlego. Meus olhos se grudaram na tela, e torci para o tempo passar mais devagar.

Birdy, deitado no chão do seu quarto, olha para a pequena janela, muito alta acima dele. Se imagina uma ave, saindo por aquela janela, para o mundo lá fora. De repente, a câmera sai pela janela, como os olhos da ave da imaginação dele. Começamos a ver o mundo à volta pelos olhos de uma ave, a voar livremente sobre a paisagem à volta. Não é nenhuma paisagem extraordinária - o que só faz a experiência cinematográfica desse vôo ainda mais fascinante. São subúrbios comuns de uma pequena cidade norte-americana - o vôo da câmera passa sobre carros num ferro-velho, depois uma mulher lavando roupa no quintal, segue pelas passagens estreitas entre as casas, escapa do ataque de um cachorro, passa baixo sobre uma rua passando perto das pessoas atarefadas em seus afazeres cotidianos. É o nosso mundo que está ali, visto pelos olhos de uma ave, como pelos olhos de um estranho.

Vendo “nosso” mundo com outros olhos

Diga você: que canto de ave você ouviu hoje? Nenhum? Você que pensa. A maioria de nós, mesmo nas grandes cidades, coexiste a cada dia com numerosas aves, escuta seus cantos sem ouvir, as olha sem ver. É espantoso como somos indiferentes a essas vidas que estão acontecendo à volta da nossa todo o tempo. Canso de ver pessoas imersas nas suas preocupações ou no seu celular que andam apressadas pela cidade como se ela fosse um deserto só de concreto, asfalto e vidro. Mas não é.

É admirável a garra da vida, a imensa capacidade das plantas e animais de teimar em viver, mesmo nas condições mais hostis. Num pequenino torrão de terra entre duas telhas num telhado, ou numa estreita fresta num chão de concreto, você pode encontrar uma pequena planta que se instalou ali. Numa escala maior, nossas cidades são lar de uma quantidade surpreendente de animais - pássaros, cigarras, micos, morcegos – que admiravelmente conseguiram sobreviver e arrumar um novo meio de viver no ambiente tão diferente e hostil que fizemos. Uma cidade não é só o nosso mundo. Representa também vários outros mundos paralelos, de outros seres vivos, vivendo suas vidas e seus dramas cotidianos à nossa volta, vendo “nosso” mundo com outros olhos. Que tal tentarmos, pelo menos por um momento, ver o mundo pelos olhos deles?

Vejamos por exemplo as aves, os objetos da paixão de Birdy. O que você e eu chamamos de “arborização urbana” uma ave chamaria de habitat. Se você ver no Google Earth uma cidade “em negativo”, prestando atenção não nas construções mas sim no espaço entre elas, vai ver que uma cidade é um mosaico de pequenas “ilhas” de vegetação, geralmente (infelizmente nem sempre) ligadas por uma malha de “corredores” estreitos de vegetação seguindo o caminho das ruas. Cada rua bem arborizada é como uma floresta linear com estrutura simplificada, arcadas de vegetação se encontrando lá no alto, jardins suspensos para várias espécies de aves. Essas “ilhas” e “corredores” são a cidade para outros habitantes que não nós.

Nossos companheiros mais visíveis

As aves compartilham os mesmos canais sensoriais conosco - sua percepção é predominantemente visual e secundariamente auditiva, como a nossa. Por isso estão entre os animais mais fáceis de ver, e entre os que melhor podem ver, lá de cima, a cores e com visão acurada, o curioso mundo desses estranhos primatas apressados daqui de baixo. Outras vidas em paralelo com as nossas em muitas cidades brasileiras incluem a pequena cambacica (Coereba flaveola), que vem beber nos vidros para beija-flores; os próprios beija-flores de várias espécies; os siriris (Tyrannus melancholicus) pousados a espaços regulares nos fios, e pegando insetos no ar em acrobacias que avião algum jamais igualará; os versáteis bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) com seus cantos inconfundíveis; a bela saíra-amarela (Tangara cayana) e muitos outros. Mais difícil de ver numa cidade, mas ainda possível de encontrar, é o pássaro de mais bom gosto de todos, o tiê-sangue, Ramphocelus bresilius, com sua exuberante plumagem rubro-negra.

Nem só de pequenos passarinhos vive a avifauna urbana. Há nas cidades mais surpresas que a nossa vã imaginação poderia supor. Numa reentrância da parede num andar alto do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho na inóspita Ilha do Fundão, no Rio, pesquisadores da UFRJ capturaram nada menos que um falcão peregrino (Falco peregrinus). Você leu certo, uma das mais espetaculares aves de rapina do planeta, o animal mais veloz do mundo (até 300 km/h em mergulho). Tive a sorte de ver o bicho, azul-acinzentado, 98 cm de envergadura, um migrante provavelmente vindo da América do Norte. Foi anilhado e solto, provavelmente para angústia dos pombos das redondezas. Voltou por vários anos. A cada dia, centenas de pessoas entravam e saiam do Hospital Universitário sem nem imaginar que a trinta metros sobre a cabeça delas estava um falcão peregrino.

Espetáculos noturnos

À noite o movimento nas ruas muda, e não é só para nós. Em grandes figueiras que estejam frutificando, você pode assistir a um verdadeiro espetáculo noturno de morcegos. Conheço uma figueira assim, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Grandes morcegos frugívoros, de meio metro de envergadura, fazem repetidas passagens na árvore, pegando frutos a cada vez. O chão fica coalhado de frutos e basta você ficar parado perto da árvore para ver um verdadeiro balé aéreo dos grandes morcegos voando agilmente, às vezes apenas a centímetros acima do chão, e desviando de você com grande habilidade. Nunca soube ao certo que espécie era. Sei pouco de morcegos, e digo isso sem nenhum orgulho. Mas Marco Aurélio Mello, um ex-orientado meu que hoje é pesquisador da Universidade Federal de São Carlos, sabe muitíssimo. Para Marco Aurélio, é claro que só seria possível dizer ao certo com o bicho nas mãos, mas o porte e o comportamento que eu descrevi acima sugerem Artibeus lituratus.

O mais espantoso, porém, é que essa figueira fica em frente a um McDonald’s, a menos de dez metros de distância, e no entanto a indiferença das pessoas com os bichos é tão grande que não me lembro de já ter visto uma só pessoa reparando naquele espetáculo. Nem mesmo para sentir medo, esse desinformado medo que vem de achar que todos eles chupam sangue, o que só uma ínfima minoria das espécies faz, e certamente não esses morcegões frugívoros.

Como esses morcegões vêem o mundo das pessoas apressadas na calçada da Visconde de Pirajá? Bom, como eles ouvem o mundo talvez seja uma pergunta mais adequada! No seu mundo de escuridão, não poderiam depender muito da visão para achar as coisas, e não dependem mesmo. Cada um daqueles Artibeus (ou presumíveis Artibeus) se desvia de nós orientado por um sofisticadíssimo sonar. Emitem vozes muito poderosas, e se orientam pelos ecos da sua voz ao bater nos diferentes objetos. Morcegos emitem pulsos sonoros numa freqüência altíssima – no caso de um insetívoro, até 200 pulsos por segundo. Assim sendo, também recebem ecos com muita freqüência. Isso permite às suas mentes, processando essa informação, perceber o ambiente à volta do bicho – tamanho e forma dos objetos, velocidade em relação a eles etc - com um imenso grau de detalhe. É difícil imaginar como um morcego percebe o mundo dessa forma, mas é possível fazer uma boa – e fascinante – especulação. O ponto de partida é perceber que uma imagem que vemos não é uma mera coleção de objetos no mundo lá fora: é como a nossa mente percebe e processa a luz que vem desses objetos. É bem possível que uma mente que recebe tanta informação do sonar processe essa informação como imagens – tridimensionais e tudo. Assim, um morcego formaria o que chamamos de imagem – uma riquíssima representação mental do mundo – com a audição, e não com a visão. Claro que não dá para a gente se colocar dentro da cabeça de um morcego e ver como ele percebe o mundo. Mas é uma pena, porque seria uma experiência maravilhosa.

Um mundo sem gravidade


Você já pensou no mundo de uma prosaica lagartixa de casa? Aquelas lagartixas que há na parede da sua casa são uma espécie exótica, Hemidactylus mabouia, que é um bicho africano que chegou aqui de navio durante a colonização portuguesa. As lagartixas vivem num fantástico mundo bidimensional e que não respeita gravidade. Andam sempre coladas a superfícies, mas não importa se a superfície em questão é um assoalho, uma parede ou mesmo um teto. Lagartixas estão completamente à vontade não só em superfícies verticais como até mesmo de cabeça para baixo, quando as forças de van der Waals estabelecidas entre as cerdas de suas patas e o teto as mantém firmemente aderidas. Quando acaba sua jornada e você vai dormir, começa a jornada delas, em longas e pacientes emboscadas a insetos cujas populações elas ajudam a controlar. Mas quem de nós pode sequer imaginar um mundo como o delas, andando pelas superfícies verticais com tanta tranqüilidade como pelas horizontais, e mais, sendo capaz de ignorar a lei da gravidade, que tão completamente rege nossas vidas?

Porque conservar as faunas urbanas

Há muitas vantagens em manter e incentivar a vida nas cidades. Por exemplo, por que cidades não são muito mais utilizadas na fixação de CO2 para mitigação da desordem climática global? Não estou falando de plantar uma árvore aqui ou ali, mas do plantio de milhões de árvores. Aglomerações urbanas cobrem uma área nada desprezível e que só tende a aumentar. Há péssima arborização em muitas cidades ou em partes da maioria das grandes cidades. Por que os governos e as ONGs, que freqüentemente investem em projetos de reflorestamento em áreas rurais, não investem mais em maciços projetos de revegetação urbana com árvores nativas? Isso é feito, claro, mas longe ainda da escala desejável. São ações relativamente baratas e que empregam muita gente. Além disso a revegetação urbana traria múltiplos benefícios: fixar CO2, amenizar o clima das cidades, e, claro, fornecer habitat para milhões de outras vidas.

Há ainda outras razões, menos óbvias mas igualmente importantes, para se preservar a natureza urbana, e em particular a fauna urbana. Quando se diz que uma cidade (ou uma parte dela) foi bem sucedida em melhorar suas condições “ambientais”, o que dizemos? O “ambiente” a que nos referimos é para nós, é claro. Mas o que dizemos? Os peixes voltaram ao Tamisa, várias espécies de aves voltaram à lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro, peixes e aves voltaram ao restaurado rio Cheonggyecheon em Seul, na Coréia do Sul. A fauna urbana nos indica quando recuperamos um lugar para nós. A presença de outros seres vivos é indicadora de quando temos um mundo saudável para nossas próprias psiques.

É claro que faunas urbanas são pobres em número de espécies se comparadas a maioria dos ecossistemas naturais. No entanto, como dizem, a gente só protege o que ama, e só ama o que conhece. Esta é a natureza com a qual a gente está em contato durante a maior parte das nossas vidas, e portanto nossa maior chance de aprender a amar a natureza em geral. Para muitos de nós, é a maior chance de despertar aquilo que Edward Wilson chamou de biofilia - a nossa tendência inata de gostar de outros seres vivos. Uma das recordações mais vivas da minha infância é a das cigarras cantando nas ruas de Ipanema. Na época do ano em que elas apareciam, era um som fortíssimo, insistente, que dominava tudo. Minha admiração ao descobrir que tudo aquilo era produzido por aquele animalzinho discreto foi um dos primeiros momentos que me lembro dessa sensação de maravilhamento que me fez gostar de bichos e natureza.

Nossas janelas

Precisamos de cidades, claro. A crescente urbanização é uma das maiores tendências da humanidade, e isso não vai mudar nas próximas décadas. Mas num mundo do futuro pelo qual vale a pena sonhar, as cidades não seriam mais monumentos à separação homem-natureza. Seriam, ao contrário, uma celebração da recuperação dos nossos laços com o restante da natureza, e do entendimento de que nosso destino depende disso.

Assim como para Birdy, as aves não apenas estão nas nossas janelas: elas são as nossas janelas, para um mundo que estamos ignorando perigosamente demais.

Fonte: Artigo de Fernando Fernandez. Portal O ECO http://www.oeco.com.br/fernando-fernandez/23728-outros-olhos-sobre-as-cidades

sábado, 23 de outubro de 2010

Artistas pedem criação de Secretaria Estadual da Cultura

Na manhã de ontem, 22 de outubro de 2010, músicos, dançarinos, coreógrafos, escritores, atores, profissionais do audiovisual e outros representantes de variadas mídias, reuniram-se sob o mesmo teto, compartilhando as mesmas ideias.

Contudo, a pauta passou longe dos palcos, dos livros ou do cinema - eles conversaram que foi batizado de Encontro das Artes do Piauí. Uma das principais intenções do encontro, como aponta um dos organizadores, o músico Ricardo Totte, foi a de criar uma Carta de Princípios, destacando necessidades e apontando medidas relacionadas ao grupo através de um plano de ações. “Nosso esforço é para sugerir políticas públicas através das necessidades dos artistas, que são um denominador comum”, apontou

A listagem das requisições será, após o Encontro das Artes do Piauí, entregueaos dois candidatos ao governo do Estado nas eleições de segundo turno, Wilson Martins (PSB e coligados) e Sílvio Mendes (PSDB e coligados). O maior desafio dos artistas é, sem dúvida, a criação da Secretaria Estadual de Cultura, que trabalharia ao lado da Fundação Cultura do Piauí. A nível de Estado, segundo o ator e dramaturgo Francisco Pelé, o apoio à cultura no território piauiense sob responsabilidade da FUNDAC é insuficiente.

“A Fundação capitaliza recursos no setor privado e sobrevive de cotas. Funciona da seguinte maneira, no Piauí: ‘eu tenho 10 mil reais para pagar água, luz e fazer cultura”, ironiza ele. Para Totte, o maior indício de que o Encontro deveria ser realizado antes da definição do novo governador é a ausência quase total do tema “cultura” nos debates televisivos. “Cultura foi praticamente excluída das discussões; apareceu nos debates em níveis muito escassos”, - diz ele, que credita a fracos ganchos jornalísticos – “sem querer desmerecer a classe, acho que os jornalistas poderiam ter aproveitado melhor.

Fonte: O DIA Online

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Chuvas em Teresina vão prosseguir até 2a feira

As chuvas deverão prosseguir até a próxima segunda-feira em Teresina, mas de forma isolada. A previsão é do meteorologista Mainar Medeiros, da Gerência de Hidrometeorologia da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos(Semar). Na região Sul do Piauí, as chuvas de pré-estação também vão continuar.

Medeiros explica que a chuva ocorrida na manhã desta sexta-feira(22) na capital foi por conta da alta concentração de vapor e umidade, auxiliado pelo movimento vertical ascendente que elevou o ar e formou nuvens de cúmulos e cumulonibus. Os cumulos são nuvens densas que se formam em ar instável, enquanto as cumulonibus são nuvens cuja importância está ligada a tempestades e tempo turbulento. O meteorologista adianta que a variabilidade atmosférica vem deixando o tempo oscilando entre encoberto e parcialmente nublado no Piauí. Também foram registrados chuviscos e chuvas moderadas em diversas áreas.

Segundo Mainar Medeiros, o enfraquecimento do centro de alta pressão, a redução da massa de ar quente e seca e o seu posicionamento mais para o oceano, provocaram a geração de linhas de instabilidade, aglomerados convectivos, troca de calor e o auxilio das contribuições locais e dos ventos alísios nos transportes de vapor e umidade, contribuindo para amenizar o calor. No período, houve uma redução no número de focos de incêndios, principalmente nos cerrados e em parte da região semiárida. Este ano, já ocorreram 6.250 queimadas no Piauí.As chuvas deverão prosseguir até a próxima segunda-feira em Teresina, mas de forma isolada. A previsão é do meteorologista Mainar Medeiros, da Gerência de Hidrometeorologia da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos(Semar). Na região Sul do Piauí, as chuvas de pré-estação também vão continuar.

Medeiros explica que a chuva ocorrida na manhã desta sexta-feira(22) na capital foi por conta da alta concentração de vapor e umidade, auxiliado pelo movimento vertical ascendente que elevou o ar e formou nuvens de cúmulos e cumulonibus. Os cumulos são nuvens densas que se formam em ar instável, enquanto as cumulonibus são nuvens cuja importância está ligada a tempestades e tempo turbulento.

O meteorologista adianta que a variabilidade atmosférica vem deixando o tempo oscilando entre encoberto e parcialmente nublado no Piauí. Também foram registrados chuviscos e chuvas moderadas em diversas áreas.

Segundo Mainar Medeiros, o enfraquecimento do centro de alta pressão, a redução da massa de ar quente e seca e o seu posicionamento mais para o oceano, provocaram a geração de linhas de instabilidade, aglomerados convectivos, troca de calor e o auxilio das contribuições locais e dos ventos alísios nos transportes de vapor e umidade, contribuindo para amenizar o calor.

No período, houve uma redução no número de focos de incêndios, principalmente nos cerrados e em parte da região semiárida. Este ano, já ocorreram 6.250 queimadas no Piauí.

Fonte: O DIA Online

Manifesto científico contra a proposta do novo Código Florestal

Saiu nesta semana um documento elaborado por pesquisadores do Programa Biota Fapesp e pela Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) trazendo uma análise dos “Impactos potenciais das das alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos".

O trabalho faz uma síntese das preocupações ambientais de pesquisadores da área ambiental, que acreditam que a proposta do novo Código Florestal, apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não fazem sentido algum à luz de tudo que a Ciência já sabe em relação à conservação da natureza.

No dia 03 de agosto foi realizada uma reunião entre integrantes do projeto Biota para não só avaliar as principais ameaças ao meio ambiente, inerentes ao novo código, mas também apontar soluções e alternativas, com base científica sólida, que possam embasar a discussão acerca da legislação. No documento são demonstrados os impactos negativos sobre a biodiversidade, que são consensuais entre os pesquisadores. Alguns exemplos são a maior fragmentação da vegetação, impactos negativos sobre rios e matas ciliares e impactos decorrentes da expansão agrícola.

Por uma nova visão de futuro para Teresina



Entender a cidade e o dinamismo que permeia as relações históricas, culturais, sociais e econômicas existentes, almejando transformá-la em um lugar de referência quanto à qualidade de vida de todos os seus habitantes, no qual as atividades urbanas existentes compartilhem com novas perspectivas de desenvolvimento em harmonia com o ambiente natural e a paisagem, com a preservação do patrimônio e da cultura, articuladas à consolidação de vocações e à atração de novos negócios é a meta presente de qualquer cidade, sua população e seus administradores.

Compreender que os maiores requerimentos do presente estão vinculados ao desenvolvimento local e aos projetos urbanos, os quais se apresentam como iniciativas não só de ordenamento, estruturação do espaço territorial e dotação de infraestrutura, como também de renovação de setores da cidade, de acordo com parcerias empreendedoras, que tanto podem acrescentar dinamismo à economia como contribuir para a consolidação de uma visão de futuro adequada à melhoria da qualidade de vida e fortalecimento da cidadania, é uma opção a ser adotada pelo gestor municipal, que terá como resultado notável um contexto urbano mais equilibrado e em maior harmonia com o meio ambiente.

É a partir desta percepção que se consolidou a intenção em realizar o PRU TERESINA/ Plano de Requalificação Urbana de Teresina, à guisa de um conjunto de estudos urbanos, que objetivam selecionar os melhores caminhos a serem propostos ao município, na faina de validar uma melhor modelagem que reconheça, como de primordial importância, a definição de ações e projetos estruturantes na transformação de setores da cidade e de partes relevantes do território municipal, como forma de definir um roteiro básico, fundamentado no reconhecimento detalhado de cada demanda, na pesquisa das proposições anteriores, na verificação de diretrizes relevantes e na análise da viabilidade em cada caso, que informará o que deverá ser escolhido tanto do quadro de proposições existentes como de um novo quadro que deverá ser proposto.

O PRU TERESINA/ Plano de Requalificação Urbana e Ambiental está sendo coordenado pela SEMPLAN/ Secretaria do Planejamento de Coordenação da Prefeitura Municipal de Teresina, através de seu titular Professor/ Arquiteto/ Urbanista João Alberto Cardoso Monteiro.

Fonte: PRU TERESINA. Imagem Francisco Tarcisio da Silva. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.

Ações para revitalizar os Rios Poty e Parnaíba


A Prefeitura de Teresina através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente começa a desenvolver um quadro de ações para despoluir e revitalizar Rios Poty e Parnaíba. A administração municipal vai montar um laboratório de análise da água para monitorar a qualidade, começando pelo Projeto Lagoas do Norte, que tem como objetivo a urbanização dos bairros da zona Norte de Teresina.

A intenção vai além de simplesmente monitorar a poluição das águas do Rios Poty e Parnaíba que aumenta, neste período do ano que causa da diminuição das águas em seus leitos e, busca subsidiar propostas à solução do grave quadro de problemas que ali se verifica. Nesta direção, a Agespisa está fazendo um projeto de saneamento para filtrar as águas servidas dos esgotos de toda a Zona Leste para que as águas servidas não cheguem poluídas nos Rios Poty e Parnaíba.

Segundo o Secretario Valdemir Virgino, da Secretaria do Meio Ambiente: "Vai ser ser revitalizado o Parque Vila do Portos, nas margens do Rio Poty, com rearborização de toda a área da mata ciliar da beira rio. Ação que se estende à todos os parques, intensificando ainda mais a arborização ribeirinha”. Nesta agenda está inclusa a revitalização do Parque do Encontro dos Rios e há ainda programação para revitalizar Parque Ambiental da Floresta Fóssil.

Fonte: Meio Norte On line. Imagem da curva do Rio Poty, junto a Parque Zoobotanico de Teresina e Área de Interesse Ambiental da EMBRAPA Meio Norte. Fotografia José Sales. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.

Verde II

Outra boa idéia de parlamentar Teresa Brito foi chamar a atenção para a manutenção das praças e jardins dos canteiros centrais das avenidas de Teresina. Ela própria relata que as plantas e árvores estão morrendo porque não existe mais a irrigação complementar com o carro - pipa. Antes este tipo de serviço era iniciado ainda no mês de Junho, mas este ano parece que foi esquecido pela Prefeitura.

Fonte: Opinião da Redação/ Meio Norte On Line

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Verde I

A Vereadora Teresa Brito está cobrando dos órgãos ambientais estaduais e municipais um programa mais eficiente de prevenção e combate a incêndios em parques ambientais e áreas verdes de Teresina. Ela denuncia que houve um aumento grande de queimadas em áreas de preservação ambiental não só na Capital como todo o Estado do Piauí, a exemplo do Parques das Nascentes, cujos incendios aumentaram 30% em relação ao ano passado. A parlamentar prop'~oe um audiência pública para discutir o assunto.

Fonte: Opinião da Redação/ Meio Norte On line

Agenda Teresina


Este é um novo blogspot que vai ao ar hoje, dia 21 de outubro de 2010, sob nossa responsabilidade, uma equipe de arquitetos, urbanistas, geógrafos, ambientalistas e outros profissionais estudiosos da questão da requalificação urbana e ambiental, que hoje desenvolve, entre outras atividades participa do estudos do PRU TERESINA/ Plano de Requalificação Urbana de Teresina, orientados pela SEMPLAN/ Secretaria do Planejamento Urbano e Coordenação de Teresina.

A intenção desta ação se inicia com a apropriação no sentido proativo, de um resultado coletivo de um trabalho social relevante, que foi a construção da Agenda 2015 Teresina/PDS/ Plano de Desenvolvimento Sustentável do Município de Teresina e dá seguimento à mesma definindo o quadro de projetos estruturantes para a década 2010/ 2020.