quinta-feira, 28 de abril de 2011

Número de turistas estrangeiros em 2010 é inexpressivo

Antes tarde do que nunca. Com muito atraso, (estamos no quarto mês de 2011) a Embratur divulgou na semana passada os números oficias da entrada de turistas estrangeiros no Brasil. Pelos cálculos da estatal do turismo, o nosso país recebeu 5,161 milhões de estrangeiros em 2010, um crescimento de apenas 7,5% em relação a 2009, quando 4,802 milhões de turistas entraram no país. Os dados do Ministério do Turismo, divulgados por meio da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), são muito aquém do que o mercado esperava.

Quando o presidente da República Luís Inácio Lula da Silva lançou em 2003 o Plano Nacional de Turismo, o alvo era alcançar três metas até 2007: garantir a vinda de 9 milhões de turistas estrangeiros, gerar o ingresso de 8 bilhões de dólares em receita e ajudar o MTur a criar 1,2 milhão de novos empregos. De lá para cá, passaram pelos cofres da Embratur montanhas de dinheiro para promoção e marketing. Isso significa que nos oito anos seguintes o aumento do fluxo internacional foi de apenas 24,9%, segundo dados divulgados pela Embratur em sua página na internet (http://www.brasilnetwork.tur.br/), o que representa cerca de 3,3% ao ano. Quer dizer: um desempenho muito ruim, no sentido contrário do que pensa o presidente do órgão de turismo, Mário Moysés, que considerou o resultado como “positivo em comparação a 2003, ano em que a autarquia passou a ter foco exclusivamente na promoção internacional”.

De acordo com a Embratur, na lista dos maiores emissores de turistas para o Brasil em 2010, não houve mudança na liderança em relação ao ano anterior, muito embora o turismo de longa distância encolheu. O nosso principal emissor da vizinhança, a Argentina, aumentou 15%. O Uruguai, com emissão de 228,5 mil turistas, saltou com 39% mais que em 2009; e o Chile pulou da 11ª para a 6ª posição (crescimento de 17%, com e 200,7 mil turistas).

Quando agrupados por continente, o número de turistas da América do Sul que visitaram o Brasil em 2010 cresceu 13,7% em relação ao ano anterior. Já o número de visitantes da América do Norte aumentou 5% e os europeus mantiveram o nível de ingressos, passando de 1,612 milhão para 1,614 milhão.

Esses dados atestam que os destinos nordestinos perderam os turistas europeus. Mário Moysés justifica o crescimento de visitantes sul-americanos em função da ampliação dos recursos em promoção do Brasil no exterior. No entanto, há quem afirme que a Embratur aplicou muito dinheiro em destinos sem potencial de emissão, com presenças em feiras em países do leste da Europa e na Rússia.

Os dados da Embratur indicam, ainda, que as unidades da federação por onde entraram mais turistas estrangeiros em 2010 foram São Paulo, com 2,009 milhões de turistas, Rio de Janeiro (925 mil) e Bahia (160 mil). Levando em conta a movimentação por via terrestre, os estados que receberam mais turistas foram o Paraná (695 mil) e o Rio Grande do Sul (559 mil).

Fonte: O POVO Online

terça-feira, 26 de abril de 2011

Caatinga: 45% desta vegetação já foi devastada

Em visita, ontem, a Fortaleza para a abertura da Semana Nacional da Caatinga, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou a importância da união entre todos para a preservação e manutenção do bioma, e que a sociedade não espere só por ações do Governo Federal e cobre os demais poderes públicos e políticos.

Apesar de os dados mais recentes sobre a situação da Caatinga só ficarem prontos em maio, Izabella Teixeira adiantou que mais de 45% desta vegetação já foi devastada. "Por esta razão é importante que a população saiba a importância de se preservar e de se criar mecanismos inovadores para também gerar renda, contribuindo ainda para a inclusão social".

Na ocasião, o deputado estadual Dedé Teixeira lembrou a necessidade da aprovação das PECs 115/95 e 504/10, que tornam o Cerrado e a Caatinga patrimônios nacionais.

A ministra informou que tem como prioridade a aprovação de projetos permanentes para a captação de recursos. "Para o financiamento de ações, estamos privilegiando o desenvolvimento de projetos que desencadeiem resultados abrangentes". Izabella Teixeira comentou que o Ministério irá busca investimentos e uma nova visão de gestão para áreas urbanas, como o Parque do Cocó, minimizando conflitos. Sobre o novo código florestal, afirmou que a postura do governo é divergente. Dizendo-se otimista, ela comentou que o tratado vai assegurar uma prática legal de agricultura. "Temos que diferenciar o pequeno do grande agricultor, já que aquele desmatou irregularmente. Vamos apresentar novas alternativas".

Fonte: Cidades/ Diário do Nordeste

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Câmara Municipal de Fortaleza realiza audiência pública para debater o tema “Áreas Verdes"

A Câmara Municipal de Fortaleza realizará nesta segunda-feira, a partir das 14h30min, em seu auditório, audiência pública para debater o tema “Áreas Verdes – suas utilizações e ações para manutenção destes espaços”. O evento pretende debater também questões urbanísticas, pensar estratégias de planejamento para a proteção do meio ambiente, visto que nos últimos 35 anos Fortaleza perdeu 90% da sua área verde. O requerimento propondo esse debate é do presidente da Casa, Acrísio Sena (PT), e de João Alfredo (PSOL).

Recentemente, o Tribunal de Justiça reconheceu a legitimidade da Lei da Área de Relevante Interesse (Arie) das Dunas do Cocó, no que para João Alfredo é prova de que a luta está no camiho certo e deve prosseguir. O parlamentar questionou também, recentemente, a permuta de uma área verde, o Sítio Tunga, do aterramento da Lagoa da Maraponga, de crimes ambientais em um terreno na Parangaba e demais ações da especulação imobiliária que poem em risco à manutenção dos espaços verdes de Fortaleza.

Fonte: Blog do Eliomar de Lima/ O POVO Online

domingo, 24 de abril de 2011

O valor do trabalho dos morcegos


Os serviços prestados pelos morcegos à agricultura nos Estados Unidos valem bilhões de dólares, segundo um estudo publicado na edição do último dia 01 de abril da revista científica Science. A conta, que pode variar de US$ 3,7 bilhões a US$ 53 bilhões por ano (aproximadamente entre R$ 6 bilhões e R$ 88 bilhões), inclui os custos de combate a insetos, consumidos por morcegos, em importantes áreas produtoras agrícolas americanas, como os campos de algodão do Texas.

Esta é a conta que os Estados Unidos poderão ter de pagar se não tomarem medidas para proteger morcegos, que hoje sofrem duas ameaças sérias no país: a síndrome do nariz branco, provocada pelo fungo Geomyces destructans, que afeta o comportamento e o desenvolvimento de quirópteros durante a hibernação em cavernas, e os campos de geração de energia eólica . Os campos de produção de energia movidos por vem misteriosamente exercem uma atração mortal para os morcegos, que os cientistas ainda não compreenderam. Segundo o estudo, até 2020, entre 33 mil e 110 mil morcegos vão morrer por ano em choques com turbinas só nas montanhas do Meio-Atlântico.

Morcegos insetívoros são trabalhadores vorazes. Uma colônia de 150 morcegos-marrons (Eptesicus fuscus), no estado americano de Indiana, consome aproximadamente 1,3 milhões de insetos por ano, contribuindo para interromper ciclos de pestes para a agricultura. Outra estimativa sugere que apenas um pequeno morcego-marrom pode consumir entre 4 a 8 gramas de insetos por noite. A morte de 1 milhão de morcegos mortos pela síndrome do nariz branco significaria que entre 660 e 1320 toneladas de insetos deixariam de ser consumidos por ano, nas áreas afetadas pela síndrome.

Para calcular o valor do trabalho dos morcegos, os pesquisadores consideraram estimativas publicadas anteriormente que indicavam que a eliminação de pragas por morcegos no centro-sul do Texas podem variar de US$ 12 a US$ 173 por acre de algodão e extrapolaram os dados para outras regiões dos Estados Unidos.

E o preço do trabalho noturno destes mamíferos pode ser ainda maior, pois a estimativa deixa de lado custos adicionais com a resistência desenvolvida pelos insetos a agrotóxicos ou produtos transgênicos.Ficou de fora também desta conta a proteção que os morcegos prestam às florestas, com a eliminação de insetos que predam a vegetação. Ou seja, os morcegos não vieram apresentar a conta, mas não levá-los em consideração, e protegê-los, pode custar muito.

Fonte: Portal O ECO.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Atlas de espécies ameaçadas nos Parques Nacionais

Quase metade das espécies de animais sob risco de serem extintos no Brasil ainda não encontra abrigo em áreas protegidas do governo federal, segundo informações do Atlas da Fauna Brasileira. A publicação traz o cruzamento de informações de 618 espécies brasileiras ameaçadas e de 310 unidades de conservação federais. Além de dados gerais, a publicação (que pode também ser encontrada na internet) traz a lista de espécies ameaçadas encontradas em cada uma das UCs federais.

De acordo com o texto de introdução do próprio Atlas, a iniciativa nasceu da necessidade de conhecer a eficiência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) na proteção de espécies da fauna brasileira ameaçadas. As informações foram compiladas de fontes dispersas e armazenadas em formatos distintos, como documentos oficiais, literatura científica, coleções biológicas e documentos das próprias unidades de conservação.

O resultado demonstra que as reservas federais abrigam 313 espécies em extinção. A maior parte destas espécies é formada por aves. Mas a recordista de registros em reservas (em 59 unidades) é a onça-pintada (Panthera onca)Os dados indicam também que estados onde as florestas ainda estão mais preservadas, como na Amazônia, o número de espécies ameaçadas é menor. Unidades localizadas na Mata Atlântica são também aquelas que protegem o maior número de espécies ameaçadas.

A Reserva Biológica de Sooterama, no Espírito Santo, se destaca por abrigar 33 espécies sob ameaça. Na outra ponta está a Área de Relevante Interesse Ecológico Pontal dos Latinos e Pontal do Santiago, nos Pampas do Rio Grande do Sul, onde podem ser vistas franciscanas ou toninhas (Pontoporia blainvillei), que também pode ser encontradas em outras regiões, dos sul do país até o Rio de Janeiro.

As UCs federais de proteção integral, como estações ecológicas ou reservas biológicas, têm um papel mais importante na preservação das espécies ameaçadas do que as de uso sustentável. Em 84,7% das unidades de proteção integral, existe registro de espécies da fauna brasileira ameaça de extinção. Animais ameaçados foram registrados em 47,4% das das unidades de uso sustentável.

Fonte: Portal O ECO. Filhote de onça pintada no Parque do Iguaçu. Espécie ameaçada é mais comum nas áreas protegidas brasileiras.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A COPA 2014 sem licitações

Acontecerá o que se previu: as grandes obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014 - em Fortaleza e nas outras 11 cidades que sediarão os jogos do torneio da Fifa - não precisarão ser licitadas. Por absoluta falta de tempo físico - uma licitação chega a demorar mais de um ano (a de modernização do Castelão é um exemplo) - o Governo Federal lançará mão de uma Medida Provisório para afastar qualquer temor de inviabilização das obras de construção de novas avenida, viadutos, pontes, linhas de metrô e de Veículo Leves sobre Trilhos (VLT).

Assim, todos serão atendidos: as empreiteiras, que farão a festa, e os políticos e seus partidos, que enfrentarão os custos das eleições municipais de 2012 lastreados pela ajuda financeira a ser concedida pelos construtoras das obras públicas - como soe acontecer em períodos eleitorais.

Em Londres, que sediará a Olimpíada de 2012, tudo já está praticamente pronto. E tudo feito segundo as boas regras do serviço público - a começar pela concorrência pública. Até ontem, a mídia mundial não havia registrado qualquer evento ligado a irregularidades nas obras de construção dos espaços onde se desenvolverão os Jogos Olímpicos londrinos. Para a Copa do Mundo de Futebol de 2014, no Brasil, parece que tudo se atrasou com o claro e lamentável objetivo de provocar o que vai acontecer: a dispensa de licitação. E a multiplicação do custo.

Fonte: Coluna Egidio Serpa/ Diário do Nordeste

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ponte ligando Mocambinho e Pedra Mole será concluída em Junho

A ponte sobre o Rio Poti, que interliga os bairros Mocambinho e Pedra Mole, em Teresina, deverá estar concluída até o fim de junho próximo, segundo o secretário das Cidades, Merlong Solano, que esteve em visita à obra recentemente, constatando que o andamento dos trabalhos se encontra em fase adiantada dos dois lados do rio.

“Constatei que a obra está em estado adiantado, já com toda a sua estrutura de concreto armado concluída e o início das obras também dos acessos pelo lado do Mocambinho”, disse o secretário, acrescentando do que pelo lado do bairro Pedra Mole há um processo de desapropriação já em fase de assinatura pelo governador Wilson Martins.

Merlong enfatizou que pode constatar que há efetiva possibilidade de conclusão da ponte e dos acessos até o fim do mês de junho próximo, atendendo assim a uma determinação do governador.

O secretário avalia ser uma obra de grande repercussão em Teresina, porque a cidade vem crescendo dos dois lados do rio Poti. A zona Norte, até o Mocambinho, é caracterizada por bairros bastante povoados, enquanto do outro lado do rio, na região do bairro Pedra Mole, verifica-se um crescimento acentuado com o Parque Brasil, Nova Theresina, Jacinta Andrade, enquanto o acesso é feito somente pela ponte do Poti Velho ou a ponte da Primavera, “o que representa uma volta muito grande”, frisou.

Ao concluir, o secretário destacou que com a ponte do Mocambinho - Pedra Mole a distância entre esses bairros terá uma redução de 12 quilômetros, o que representa um ganho muito grande para um enorme contingente da população de Teresina.

Fonte: Tribuna do Piauí


domingo, 17 de abril de 2011

Teresina terá o primeiro jardim botânico do Piauí

A Prefeitura de Teresina vai criar o primeiro jardim botânico no Piauí. O espaço onde hoje funciona o Parque Ambiental do bairro Mocambinho, na zona Norte, foi cedido hoje (15) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para a Prefeitura executar o projeto. A solenidade contou com a presença do prefeito Elmano Férrer e do superintendente do IBAMA no Piauí, Romildo Mafra.

O prefeito Elmano Férrer destacou a importância da área de 36 hectares para a prática de esportes e lazer na capital e frisou que o novo jardim botânico será referência para estudantes que desejam conhecer a flora e a fauna brasileira.

"Nós discutimos a viabilidade desse projeto desde o passado. Teresina precisa de uma área verde que seja referência para a população apreciar, praticar esportes e ter uma vida mais agradável e nós vamos transformar o Parque Ambiental do Mocambinho em um verdadeiro Jardim Botânico. Vamos buscar parcerias principalmente com as duas Universidades Públicas, a UFPI e a Uespi que são duas grandes instituições de pesquisa," enfatiza o prefeito.

As intervenções no parque do Mocambinho já foram elaboradas pela Secretaria Municipal de Planejamento. O projeto prevê a construção de laboratório de botânica, pista para caminhada, trilhas, espaço para estudos e ampliação do Museu de História Natural que já funciona no espaço.

O projeto será discutido com a engenheira florestal Maria Lúcia Moreira, integrante da rede nacional de jardim botânico, que, durante a solenidade de cessão, apresentou palestra sobre a importância das áreas verdes para o bem estar da população.

O evento contou ainda com a Palestra da Botânica Maria Lúcia Moreira, da Rede Nacional de Jardins Botânicos, que falou sobre o processo e as fases de implantação de Jardins em áreas verdes, comentando sua experiência em implantações em diversas cidades do país.

Jardins Botânicos são áreas protegidas, constituídas, no seu todo ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação da flora regional, acessível ao público, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente. Atualmente existem 29 Jardins botânicos no País.

Fonte: Tribuna do Piauí

Dia Nacional da Caatinga ganha comemoração


"Nessa vida eu só preciso/de um sorriso pra florar/ Terra seca desse meu peito/ Dê um jeito de arrancar. Ca cá ta vento vento/ Catavento (...) Roda roda catavento traz o tempo de cantar". A canção "Catavento", de Oswald Barroso e Eugênio Leandro, jorra lirismo de um bioma cujo patrimônio biológico não é encontrado em outra parte do mundo além do Nordeste brasileiro: a Caatinga. Esse ´mundão´ do qual se olhando no horizonte é imenso verde na estação chuvosa e esbranquiçado nos meses secos. Longe de ser região pobre, compõe o cartão-postal biológico em nove Estados, de rica fauna e flora e cheia de cataventos conectados com o subterrâneo. Já iniciaram comemorações pelo Dia Nacional da Caatinga, em 28 de abril. Uma vegetação singular, de uma fauna igualmente ímpar, que atravessa Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. Eis a Caatinga, um bioma essencialmente brasileiro. A palavra vem do Tupi, significa ´mata branca´. Tem uma imensa flora, com mais de mil espécies de plantas aqui encontradas, e centenas de espécies de aves e de mamíferos, e outras tantas dezenas de anfíbios e répteis.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste. Maria Nilce da Silva participou do concurso de fotografia no ano passado, realizado pela Associação Ambiental Francy Nunes, e tirou o segundo lugar com a foto acima

domingo, 10 de abril de 2011

Teresina apresentará proposta ao PAC Mobilidade Urbana

Teresina apresentará em breve proposta para o PAC Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades. A SEMPLAN/ Secretaria Municipal do Planejamento e Gestão já coordena a elaboração deste escopo de realizações vinculado ao PDTMU/ Plano Diretor de Transportes e Mobilidade Urbana.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cidades globais desafiam sustentabilidade

As novas cidades precisam equilibrar crescimento com qualidade de vida, verde, mobilidade e bem-estar

Do mito da cidade ideal e sociedade perfeita - ideais perseguidos desde Platão, passando pelas utopias urbanas da era moderna até chegar às cidades globais. Assim pode ser contada a história da cidade, que surge com a civilização, como espaço marcado pelo encontro e trocas materiais e simbólicas.

Entre utopia e realidade, as cidades sempre constituíram espaços das diferenças. Surgidas, inicialmente, para proteger e demarcar espaços, hoje, se espalham em aglomerados urbanos cada vez mais densos, violentos e sem qualidade de vida.

Depois de ver proposto até mesmo o seu fim, a cidade teima em continuar sobrevivendo e desafiando planos urbanísticos e tentativas de ordenação, principalmente quando se vê concretizada a profecia da tendência à urbanização da população do Planeta. Os anos 1990 trouxeram um ingrediente a mais na já conturbada história da cidade: a sustentabilidade.

Como dar um freio a essas metrópoles e megalópoles que se esparramam mundo afora de forma desordenada? Com a palavra o professor da Universidade de São Paulo (USP), Ladislau Dowbor, que prefere trazer o assunto para o contexto brasileiro. "De forma geral as cidades no Brasil não são planejadas. O que não quer dizer que não sejam orientadas de certa forma, mas que a orientação obedece a interesses de incorporadoras, imobiliárias, empreiteiras, montadoras de automóveis - empresas que financiam pesadamente as campanhas eleitorais, e fazem aprovar as obras que lhes interessa, com sobrefaturamento que assegura a eleição seguinte", critica.

O resultado são núcleos nobres, com muito asfalto e infraestruturas, enquanto o grosso da população está em condições escandalosas. "A cidade desigual gera outras deformações, como os preços exorbitantes do solo em regiões nobres, o que força os pobres a morarem em regiões distantes e consolida a divisão espacial entre pobres e ricos, centro e periferia".

Debate

Ladislau Dowbor ministra palestra sobre "Cidades Sustentáveis", nesta sexta-feira, às 18 horas, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc). Ele fala sobre aspectos sociais e econômicos que estão incluídos no conceito de cidades sustentáveis, e admite: "Uma cidade é um adensamento muito grande de pessoas, vivendo em espaços reduzidos. Não organizar o convívio é ruim para todos".

"Para as empreiteiras, interessam grandes obras, viadutos, canalizações, mas não um parque, um espaço de lazer", argumenta. "Inaugurar obras grandiosas rende votos, mas o sistema de saneamento básico, e em particular o sistema de esgotos, não se inaugura com tanta pompa", completa.

Luxo e atraso

O resultado é o convívio de luxo e atraso. Cita o exemplo de São Paulo, que ostenta uma ponte vistosa sobre o Rio Pinheiros, que não permite passagem de pedestres ou ciclistas, por se tratar de região nobre. Mas, nos apartamentos frente ao rio, vendidos a R$14 milhões, é preciso ter janelas fechadas e o ar-condicionado sempre ligado, pois o rio é um esgoto malcheiroso.

Outro elemento importante é a garantia da coleta seletiva dos resíduos sólidos: "Eu reciclo na minha casa, faço compostagem, separo tudo o que pode ser reutilizado em embalagem separada, os catadores agradecem, não precisam abrir sacos de lixo para procurar latinhas". Mas enquanto a cidade não organizar um sistema efetivo de reciclagem, reutilização, diferenciação de destino final e assim por diante, eu me sinto um pouco como metido a verde".

Muitas cidades são cobertas de painéis solares de aquecimento de água. "Eco economiza-se radicalmente na conta da eletricidade". A água captada dos telhados por sua vez alimenta a horta, lava o carro.

Fonte: Negócios/ Diário do Nordeste

sábado, 2 de abril de 2011

Regularização na Serra das Confusões está em fase final

O processo de regularização fundiária na área do Parque Nacional Serra das Confusões encontra-se em sua fase final. Atualmente, quatro equipes do Instituto de Terras do Piauí (Interpi) estão no local para datação das terras instaladas nas áreas alcançadas pela expansão do Parque, procedimento fundamental para que possa ser iniciado o pagamento das indenizações.

De acordo com o presidente do Interpi, Tadeu Maia, em no máximo 30 dias o levantamento deve ser concluído e repassado para a União, a fim de que seja calculado o valor da indenização. “Essas terras que farão parte da ampliação do Parque pertencem, em parte, ao Governo do Estado, daí a necessidade desse levantamento, para que a União, quando de posse dos novos territórios, proceda o pagamento das verbas indenizatórias equivalente ao total de terras transferidas”, esclarece.

O decreto que determina a ampliação da área de preservação ambiental foi assinado pelo então presidente Lula, no último dia 30 de dezembro, e estabelece que as áreas incluídas dentro do plano de expansão passam para a administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é um órgão federal. Com o acréscimo de 299 mil hectares, o Parque Serra das Confusões, situado na região do município polo de Bom Jesus, englobando outros onze municípios piauienses, torna-se o maior parque de preservação do bioma da Caatinga no Brasil, com uma área total de 823 mil hectares.

“Além da preservação da biodiversidade, com a delimitação exata da nova área ambiental pertencente à União, o Estado fica livre para explorar as áreas remanescentes. Inclusive, concomitantemente com o levantamento das áreas, as equipes estão realizando uma avaliação de produtividade, principalmente voltada para a cultura de grãos”, afirma Tadeu Maia.

Fonte: Tribuna do Piauí On line

Corte do pau da bandeira poderá ser embargado


Numa tradição centenária, a Festa de Santo Antônio de Barbalha tem como ponto alto o carregamento do pau que servirá como mastro da bandeira do santo. Entretanto a Prefeitura de Barbalha, na região do Cariri, não cumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que foi assinado em 2008, entre o Ministério Público Federal, Prefeitura e órgãos ambientais, disciplinando a retirada de árvore da Área de Proteção Ambiental. É o que denuncia o engenheiro ambientalista do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICM-Bio), Pedro Augusto Carlos Monteiro, advertindo que, se não forem cumpridos os compromissos assumidos, mais uma vez, o transporte do pau será embargado, como aconteceu em 2008.

Monteiro afirma que nem mesmo o projeto de reflorestamento da área de onde é retirada a madeira foi feito. Ele argumenta que, por ocasião do corte da árvore, que servirá de mastro para a bandeira de Santo Antônio, dezenas de pessoas acompanham o ritual, o que tem causado um impacto ambiental significativo na área. O ambientalista do ICM-Bio sugere que, ao invés de uma planta nativa, seja utilizado um eucalipto, a exemplo do que ocorreu com a festa de São José, em Missão Velha.

Os carregadores do pau não querem nem ouvir falar na troca da árvore. Eles argumentam que tem de ser uma espécie vegetal do sopé da serra para cumprir a tradição de mais de 100 anos, conforme reforça o "capitão do pau", Rildo Teles. Novamente, ele foi escolhido para a função, e será reconduzido ao comando dos carregadores.

O secretário de Cultura e Turismo de Barbalha, Dorivan Amaro, garante que a Prefeitura está promovendo o plantio de mudas no sopé da Serra do Araripe. Ainda hoje ele vai levar a advertência do ICM-Bio ao conhecimento do prefeito de Barbalha, José Leite, para que sejam tomadas as providências. O tema da festa este ano será inspirado na Campanha da Fraternidade 2011: "Com Santo Antônio, vocacionados e convidados a defender a vida no planeta".

O corte do pau da bandeira está marcado para o dia 13 de maio, quando os católicos comemoram a aparição de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, na cidade portuguesa..

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste