quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

52,6% dos nordestinos não têm conta bancária, revela Ipea

O Nordeste é a região que apresenta maior percentual de pessoas sem conta bancária. Por outro lado, tem maior percepção de que os bancos servem para conceder crédito. Resultados fazem parte do estudo do IPEA.

O patamar de desenvolvimento regional se reflete na relação com os bancos. Assim avalia o economista-chefe da presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Idea), Milko Matijasicc, sobre o fato de 52,6% dos nordestinos não terem conta bancária.

O Sul, com 70%, é a região de maior índice de pessoas com conta em banco, seguido do Centro-Oeste (68,2%) e Sudeste (65,9%). Os dados fazem parte do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), divulgado ontem pelo Ipea.


No âmbito nacional, 39,5% acusou não ter conta em banco. O resultado geral da pesquisa do Ipea revela que o sistema bancário tem um nível “satisfatório” de qualidade nos serviços ofertados.


O acesso a produtos bancários, no entanto, é baixo no País, revela o estudo. “Isso torna a vida difícil, porque muita coisa passa por banco”, analisa Matijasicc e reitera a comparação de causa e efeito: “Sem a menor dúvida, existe uma correlação estreitíssima entre o desenvolvimento econômico e até ambiental da região”.


A percepção das principais ações de atendimento bancário é valiada como equivocada. Em todo o Brasil, a minoria cita a concessão de crédito, função considerada a mais importante. Esse serviço foi mais citado no Nordeste (6,5%).


Para o economista, o fato do nordestino não estar tão envolvido com o sistema bancário, passa a ter um conceito melhor. “Pela necessidade de crédito vai ter essa percepção. O Sul é bastante rural, como o Nordeste, no entanto tem mais cooperativas agrícolas”, o que reduz a necessidade de obtenção de crédito, compara.


Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Rogério Coutinho Fontenelle, a situação deve mudar, na medida em que melhora a vida financeira.


“A renda média da população vem aumentando, as famílias vão buscar cada vez mais os serviços dos bancos. O serviço bancário é um bem de primeira necessidade”, comentou. Para ele, a exclusão bancária é uma forma de exclusão social também.


Fonte: O POVO Online

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