segunda-feira, 28 de março de 2011
O Código Florestal e a conservação
A proposta de mudanças no Código Florestal, promovida pelo deputado Aldo Rebelo, é a última investida nesse sentido. A proposta tem gerado um intenso debate na mídia nas últimas semanas. Há centenas de argumentos pró e contra a proposta, mas por alguma razão quase não tenho visto falarem de um ponto fundamental: as consequências da “flexibilização” do código para a conservação da biodiversidade. Deixe-me, então, começar por aí.
Perda de área de habitat e perdas de biodiversidade
Várias das mudanças propostas - exclusão de várias categorias de Áreas de Preservação Permanente (APPs), redução da Reserva Legal, diminuição das faixas de proteção ao longo dos rios, anistiar desmatadores ilegais incentivando mais desmatamento - teriam, é claro, um mesmo efeito biológico: reduzir a área de habitat remanescente para animais e plantas. É possível que muitos dos que estão apoiando essas propostas acreditem, ingenuamente, que reduzir ainda mais as áreas de habitat remanescente não teria um efeito drástico sobre a biodiversidade. Afinal, não é só uma questão de as mesmas espécies passarem a viver numa área menor?
Não, não é. Isso é um ponto central, que precisa ser dito com imensa clareza.
Um dos padrões mais bem conhecidas da ciência da ecologia é a relação espécies-área. Trocando em miúdos, o número de espécies em cada remanescente de habitat natural tem sempre uma relação estreita com a área do remanescente. Antes que alguém diga que isso é “só uma teoria”, não, não é uma teoria. Relações espécies-área são um padrão empírico, ou seja, baseado em observações do mundo real. Explicações para as causas desse padrão, as quais existem, é que são teoria. Mas independente de qual teoria seja correta, o padrão existe, é um fato. Para quem quiser uma introdução acessível sobre as relações espécies-área, recomendo minha crônica“Biocombustíveis, produção de alimentos, biodiversidade e z”, aqui mesmo em((o)) eco, ou melhor ainda, o brilhante livro “A canção do Dodo”, de David Quammen. Mas a mensagem das relações espécies-área é claríssima: perder áreas de habitats naturais preservados leva inevitavelmente a perdas de biodiversidade. É uma lei do mundo natural, e não podemos escapar dela, gostemos ou não. No caso da Amazônia, por exemplo, onde há não só uma altíssima biodiversidade como também alto endemismo (grande proporção de espécies com distribuições geográficas restritas), reduzir os porcentuais de Reserva Legal levaria inevitavelmente à extinção de milhares de espécies de animais e plantas.
É espantoso como, nas audiências a respeito do projeto de reforma, não se vê esse ponto ser discutido em detalhe, muito menos sendo quantificado. No entanto, modelos de relações espécies-área podem prever, com um bom grau de confiabilidade, quantas espécies seriam perdidas com uma dada redução de área de habitat. Será que não tem um biólogo lá para explicar sobre relações espécies-área, ou isso na verdade não interessa, e o tal do cuidado com a biodiversidade nas entrevistas do Aldo Rebelo é só balela? Isso não é discutido por ignorância ou por estratégia? Não sei, mas em qualquer um dos casos, precisa urgentemente começar a ser discutido, antes que seja tarde demais.
A propósito, quando se fala em “flexibilizar” as APPs, vale lembrar que da Mata Atlântica só restam 7% da área original... Será que eu devo presumir que os proponentes da reforma acham que sete por cento ainda é muito?
A vida secreta das faixas de proteção aos rios
Outra coisa - a ecologia, em particular um ramo dela conhecido com ecologia da paisagem, tem mostrado claramente que o que importa não é só a soma total de habitat natural remanescente, mas também como o habitat que restou está distribuído espacialmente. Vários pesquisadores como a canadense Lenore Fahrig e o brasileiro (apesar do nome) Jean Paul Metzger tem mostrado isso claramente ao longo das últimas décadas. Uma das razões fundamentais da extinção de espécies quando se perde habitat é o isolamento. Espécies de bichos florestais, por exemplo, passam a ser representados em pequenos remanescentes de mata por populações pequenas demais para que possam sobreviver por muito tempo.
Aí entra a questão das faixas de proteção ao longo dos rios. Essas faixas protegem, claro, os próprios rios, mas não só. Essas faixas também servem de corredores para a vida silvestre. Por elas passam animais de um remanescente florestal a outro, com isso diminuindo o isolamento das populações e portanto o número de extinções. Bichos grandes, como grandes mamíferos e também aves florestais, frequentemente são os que mais precisam de corredores para continuar existindo na paisagem. A mata ciliar onde você passeia durante o dia pode ser o caminho de uma anta ou um puma durante a noite.
Ora, o problema é, nem toda faixa é larga o suficiente para ser um corredor. Grandes mamíferos, por exemplo, muitas vezes só utilizam corredores com várias dezenas de metros de largura. Isso já foi bem demonstrado por muita gente, inclusive por um belo estudo do paraense Carlos Peres na Amazônia brasileira.
Tendo em vista tudo isso, não é difícil perceber que faixas de proteção de 7,5 metros de largura, como foi proposto para rios pequenos, certamente seriam úteis como corredores para bem poucos bichos. De novo, precisa ficar imensamente claro: faixas de proteção mais estreitas significariam, inevitavelmente, grandes perdas de biodiversidade. Aldo Rebelo, os ruralistas e quem mais defenda a proposta precisam ou ter a coragem de dizer publicamente que eles querem que a biodiversidade se dane, o que eles não dizem, ou então discutir essas questões, com pleno envolvimento da comunidade científica brasileira.
Impedindo a natureza de prevenir tragédias, e culpando-a por elas
Nesse ponto da discussão eu costumo ouvir “mas vocês ambientalistas só pensam em bichos e plantas.” Não. Eu penso também em bichos e plantas e tenho muito orgulho disso. Mas não há qualquer dúvida que a reforma do Código Florestal que está sendo proposta teria também uma série de consequências desastrosas para as pessoas do nosso país.
Por exemplo, as faixas de proteção aos rios impedem erosão, contribuem para melhorar a qualidade de água e do ar, aliviam extremos climáticos, e por aí vai. Mas não é só isso, elas também regularizam os fluxos de água. A água das chuvas que cai numa floresta pluvial vai sendo absorvida pelas folhas, pelas raízes, pelo solo, e flui lentamente em direção aos rios. Numa margem desnuda, ou mal protegida, a água vai diretamente para os rios cujo nível aumenta muito mais e muito mais rápido. Agora venham que me convencer que a intensidade brutal da tragédia que ocorreu dias atrás em Alagoas e em Pernambuco não teve nada a ver com o desmatamento das cabeceiras dos rios! Quem defenda a proposta de diminuir proteção aos rios tem que colocar na sua conta que seria responsável por aumentar a freqüência de catástrofes como essa no futuro. Ah, sim, a culpada foi a natureza, diriam os políticos. É muito conveniente culpar a natureza quando se está propondo justamente prejudicar os meios pelos quais ela evita este tipo de coisa.
Da mesma forma, é uma trágica ironia que, enquanto se quer “flexibilizar” as APPs, em um dos estados que mais ataca o código - Santa Catarina - centenas de pessoas tenham morrido nos últimos anos em grandes deslizamentos de terra, que não teriam acontecido se esses morros estivessem devidamente protegidos por matas nativas.
Maior produção para quem, e para que?
Os próprios benefícios sociais supostamente trazidos pela reforma do Código Florestal me parecem no mínimo um tanto discutíveis. Um dos maiores argumentos dos ruralistas é que estão fazendo isso para nós - para alimentar o povo brasileiro. Isso é uma meia verdade, pois grande parte da produção do agronegócio destina-se à exportação. Poderia-se então pensar que pelo menos é para o consumo direto de pessoas em outros países. Errado de novo. Grande parte da maciça voracidade por terras é para plantar soja – para alimentar gado na Europa e na China, nesse último caso para permitir aos chineses aumentar seu consumo per capitade carne. Outra grande parte é para plantar biocombustíveis, uma solução oportunista, míope e que já nasceu obsoleta para a crise energética.
Já foi mais que demonstrado que quando consideramos o CO2 liberado no corte maciço da vegetação nativa para fazer as plantações - como aconteceu no nordeste com o pro-álcool e como está sendo proposto agora – os biocombustíveis no mínimo demoram décadas para compensar o “investimento” (isto é o CO2 liberado) na sua implantação. Mesmo quando este desastroso custo inicial finalmente é amortecido, o ganho ainda assim é pequeno. Se avaliarmos todo o seu ciclo de produção, incluindo cultivo, colheita, refino e transporte, a economia em gases estufa (como um todo) dos biocombustíveis é pífia em comparação com formas ecologicamente corretas (de fato e não só de fachada) de lidar com a questão energética. Essas últimas incluem, claro, as energias solar, eólica, de marés, geotérmica, e sobretudo a eficiência energética, inclusive nos nossos meios de transporte. É óbvio que o simples abandono pelo governo de sua equivocada política de incentivar biocombustíveis já liberaria uma quantidade de terras para produção de alimentos mais que suficiente para eliminar qualquer necessidade de “flexibilizar” o Código Florestal.
Ao propor derrubar florestas para aumentar a área para produzir commodities agrícolas e biocombustíveis, com um modelo altamente concentrador de renda e gerador de subemprego, os ruralistas mostram como o Brasil está investindo firme e forte no seu modelo de desenvolvimento moderníssimo para o século XIX. Desenvolvimento se faz hoje em dia com educação, pesquisa, tecnologia e inovação - inclusive, claro, para o aumento de produtividade agrícola. Não se faz com destruir ecossistemas para plantar soja para boi chinês ou álcool para trocar uma fonte de gases estufa por outra.
Uma proposta na contramão da história
Esse último tópico, aliás, me traz ao meu último ponto. A questão da reforma do Código Florestal também pode - e precisa - ser vista dentro de uma visão muito mais ampla dos problemas com os quais atualmente nos defrontamos. Hoje a humanidade enfrenta a mais grave crise planetária de todos os tempos – a mudança climática global. As alterações que estamos causando afetam tudo - não só a conservação, como também a economia e as questões sociais - em uma escala quase inimaginável. Muda tudo, e precisamos reagir rápido, vigorosamente, sabiamente, à altura da gravidade da situação.
Nesse cenário, a proposta de reforma do Código Florestal está na contramão da história. Isso tem que ser dito com todas as letras. Precisamos desesperadamente não emitir mais CO2 do que já fazemos. Precisamos desesperadamente aumentar a cobertura vegetal, para fixar carbono. E o que esses caras vêm propor? Reduzir as restrições ao desmatamento, anistiar desmatamento. Em que planeta será que eles estão?
O pior é que eles estão no mesmo planeta que eu e você. Só espero que eles percebam isso a tempo.
Fonte: O ECO. Artigo do Professor Fernando Fernandez é biólogo, PhD em Ecologia pela Universidade de Durham (Inglaterra). Professor do Departamento de Ecologia da UFRJ, seu principal interesse em ensino e pesquisa é a Biologia da Conservação. http://www.oeco.com.br/fernando-fernandez/24179-o-codigo-florestal-e-a-conservacao-da-biodiversidade
sábado, 26 de março de 2011
O asfalto está chegando no Jalapão

Conhecido pelo seu terreno arenoso e de difícil acesso, o Jalapão, no estado do Tocantins, vai ficar menos inóspito nos próximos anos com a construção da Estrada Parque, conforme anunciou a Secretaria de Infrastrutura do Estado do Tocantins, na última semana.
Através de convênio com o Ministério do Turismo, o governo irá asfaltar um trecho de 136 quilômetros, entre os municípios de Novo Acordo e São Félix. De acordo com secretário de Infraestrutura, Alexandre Ubaldo, a rodovia terá características especiais, com sinalização apropriada para atender aos turistas.
Ubaldo disse ainda que as obras depende apenas da liberação do licenciamento ambiental pelo Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins. “Assim que órgão expedir a documentação, iniciaremos de imediato a obra”, frisou o Secretário.
De acordo com informações da secretaria de Infraestrutura, a obra será construída por duas empresas distintas dividas em dois lotes, o primeiro que vai de Novo Acordo ao km 63 terá investimentos da ordem R$ 65 milhões, com contrapartida de 10% do Estado. Já o segundo trecho que vai do km 63 a São Félix o investimento é de R$ 78 milhões.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Teresina terá o primeiro jardim botânico do Piauí
O projeto será discutido com a engenheira florestal Maria Lúcia Moreira, integrante da rede nacional de jardim botânico, que, durante a solenidade de cessão, apresentou palestra sobre a importância das áreas verdes para o bem estar da população.
O evento contou ainda com a Palestra da Botânica Maria Lúcia Moreira, da Rede Nacional de Jardins Botânicos, que falou sobre o processo e as fases de implantação de Jardins em áreas verdes, comentando sua experiência em implantações em diversas cidades do país.
Jardins Botânicos são áreas protegidas, constituídas, no seu todo ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação da flora regional, acessível ao público, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente. Atualmente existem 29 Jardins botânicos no País.
Fonte : SEMCOM/ PMT
Caixa confirma Jorge Hereda como novo presidente
A Caixa Econômica Federal confirmou há pouco Jorge Hereda, atual vice-presidente, como novo presidente da instituição financeira. Ele assume o lugar de Maria Fernanda Ramos Coelho, que já entregou seu cargo ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Maria Fernanda vai representar o Brasil no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
A mudança na cúpula da Caixa ocorre após o escândalo de fraudes no Banco Panamericano, adquirido pelo banco estatal no final de 2009. Quatro vice-presidências também deverão ser trocadas, entre elas a de Finanças, hoje ocupada por Márcio Percival, cargo que coordenou a compra de metade do banco, que pertencia ao empresário Silvio Santos. Dilma Rousseff aproveitará a mexida para acomodar o PMDB. O ex-ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) vai assumir uma das vice-presidências, provavelmente a de Loterias.
Fonte: CAIXA
sábado, 19 de março de 2011
Richard Rogers: “A cidade ideal é compacta”

Uma cidade não pode se expandir predatoriamente, defende Sir Richard Rogers, 78, um dos reformuladores da arquitetura contemporânea e ganhador do prêmio Pritzker de 2007, considerado o Nobel da Arquitetura. Autor de grandes obras, seu projeto mais famoso é o Centro Pompidou, em Paris. Outros incluem também o arranha-céu Lloyd em Londres, o Terminal 4 do Aeroporto Barajas, em Madri, e a Torre 3 de reconstrução do World Trade Center, em Nova York. Rogers é um dos grande críticos do modelo de expansão predatória das cidades. A cidade ideal é compacta, branda como lema. O arquiteto ítalo-britânico defende a reinvenção da cidade densa sob uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, que valorize em primeiro lugar o cidadão. Acredita que essa é a maneira de superarmos o abismo entre ricos e pobres e de diversificar os usos do espaço público, onde vida, trabalho e lazer estejam juntos e não dispersos. O conceito-chave é criar a cidade policêntrica e conectada.
No Rio de Janeiro, Richard Rogers falou ao ((o))ecocidades, em entrevista exclusiva, após o evento ‘As Cidades Somos Nós – Desenhando a mobilidade do futuro’, promovido pelo ITDP(em português, Instituto de Políticas de Transportes e Desenvolvimento).
((o))eco — Qual o desafio das grandes metrópoles, inclusive as brasileiras, no século 21?
A sustentabilidade ambiental e as mudanças climáticas são pontos críticos para a nossa sobrevivência. Todos concordamos que, se continuarmos nesse caminho, não haverá mais humanidade. Estamos no mesmo barco. A cidade é uma forma do desenvolvimento do homem. Ela permite o encontro entre pessoas para trocas de ideias, intercâmbio de cultura e de negócios. Hoje, pela primeira vez a maior parte da população mundial vive nas cidades. Há 100 anos, 10% das pessoas viviam nas cidades, agora são 50% e chegaremos a 80% nos próximos 30 anos. É uma mudança enorme que nos obriga a otimizar as cidades.
((o))eco — Quais são os principais problemas a ser atacados?
Por exemplo, aqui no Brasil há uma forte separação espacial entre ricos e pobres. Isso é inaceitável e a busca de um espaço público de qualidade deveria ser lei. Ele é um direito, assim como o acesso à água potável e ao lazer em áreas verdes. Os pobres devem também viver próximos aos centros urbanos e não nos arredores e periferias. No Rio de Janeiro, por exemplo, de um lado estão as favelas onde as pessoas tem medo de entrar e, de outro lado, há ricos vivendo protegidos por prédios murados. Essa estrutura é decorrente da cultura local. Conectar as cidades e os bairros, além do espacial, tem sentido social. Em Londres, defendemos a ideia de construir em áreas abandonadas e/ou degradadas, preservando as verdes. Ou seja, o objetivo deve ser adensar e transformar áreas de baixo desenvolvimento.
((o))eco — Por que evitar o espraiamento urbano?
Antes que se avance sobre o cinturão verde, é preciso fazer a cidade funcionar bem. No transporte, isso significa empoderar o ciclista, o pedestre e o usuário de transporte público. Cidades como Los Angeles, nos Estados Unidos, onde todos se locomovem de carro, produzem 10 vezes mais emissões de CO2 do que outras, como Amsterdam, na Holanda, compacta e rica em opções de transporte público. Essa vantagem também se traduz em economia energética. Destaco dois pontos: o governo deve intervir para impedir a separação entre pobres e ricos. O segundo é não separar as atividades em setores. Quer dizer, buscar a mistura de moradia, trabalho e lazer. O zoneamento é perigoso. Ter um centro comercial de um lado e casas de outro, como Brasília, obriga a fazer tudo de carro.
((o))eco – Qual é o caminho para uma cidade sustentável?
O primeiro passo é reduzir o nível de CO2 e há muitas maneiras de fazê-lo. Começa por comer alimentos produzidos localmente. Não é preciso enviar abacates e papaia da América do Sul, num navio, para consumidores em outros países, distantes 10 mil milhas. A energia para se consumir o que se planta localmente é menor do que a energia demandada para enviar de navio. Outra medida é usar energia limpa nos edifícios. É possível ter outros sistemas de refrigeração além do ar-condicionado. Na mesma linha, podemos aderir à energia solar para ferver água na cozinha e tomar banho. E temos também a opção do vento. Na Dinamarca quase toda a energia vem de parques eólicos. Nosso principal combustível, o petróleo não é taxado corretamente. A energia eólica só é mais cara porque não se taxa os efeitos nocivos do combustível fóssil. Quem polui deve pagar.
((o))eco — É importante criar e planejar edifícios levando em conta o aquecimento global?
O aquecimento global é crítico, temos que leva-lo em conta inclusive no projeto dos espaços públicos e de convivência. Flexibilidade e adaptabilidade são pontos-chaves. Gosto desses conceitos. Frequentemente construímos algo sem saber que, no futuro, será usado e ocupado de outra forma da planejada originalmente.
((o))eco — O senhor defende o uso de tecnologia de ponta na construção civil como ferramenta de sustentabilidade?
O termo comum é high-tech, mas prefiro usar ‘tecnologia apropriada’. Hoje, estamos cercados de tecnologia, é a característica do nosso tempo. Por isso é importante usar o que temos de melhor nos projetos sustentáveis. Afinal, a arquitetura se resume a solução de problemas de um ambiente, colocando como condição central o bem-estar das pessoas.
((o))eco — Por que uma cidade mais compacta pode ser também menos agressiva ao ambiente?
Uma cidade compacta funciona melhor e tem mais potencial ecológico do que outra espalhada horizontalmente. Veja as cidades japonesas, por exemplo. Claro que a verticalização tem seus próprios problemas e não é a única forma de adensar. É preciso estar no chão também. Na Europa, a cidade mais densamente povoada é Barcelona, na Espanha, e seus prédios têm no máximo oito andares. Ela é bem planejada, eficiente e provê espaço para todos.
((o))eco — O senhor tem interesse em desenvolver projetos para cidades brasileiras?
Conheço o ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner. Somos amigos há pelo menos 15 anos e sei que posso aprender com os projetos que mudaram o uso do espaço público naquela cidade. Nessa minha estada no Brasil vou à Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Adoraria fazer projetos aqui. É um grande país, cheio de cultura própria. O carnaval, por exemplo, é uma demonstração de arquitetura, um ramo que se dedica a pensar a relação entre pessoas e o ambiente, o espaço. Minha equipe trabalha principalmente em Londres, mas também na França, Espanha, e outros países da Europa. Há dois anos, com a crise econômica, começamos a olhar para fora e para o Oriente. Fomos à Malásia, Singapura, Hong Kong e Taiwan. Descobri um mundo novo. Meu escritório de arquitetura está mais espalhado. Não firmamos ainda o pé no Oriente Médio, mas já estamos na Turquia e Líbano. Comecei o percurso para fora da Europa seguindo a rota de Marco Pólo. Agora, quero percorrer a de Cristóvão Colombo. Já temos projetos no México e nas cidades de Bogotá, Colômbia, e Nova York, EUA.
Fonte: Fabíola Ortiz/ Portal O ECO
quarta-feira, 16 de março de 2011
Sugestões para aprimoramento de um pauta de proteção e preservação ambiental em Fortaleza
- que o Inventario Ambiental de Fortaleza/ 2003 seja atualizado eainda recuperado o anteprojeto do Código Municipal do Meio Ambiente, um conjunto de realizações feitas por uma equipe de professores do Laboratorio de Estudos Ambientais Urbanos do Departamento de Arquitetura e Urbanismo na UFC, nos idos de 2003. E que no mesmo pacote do mesmo seja complementado o Plano de Arborização Urbana,iniciado em 2007, mas ainda incluso até a presente data.
- que as medidas compensatórias ambientais sejam cobradas corretamente à razão de até 5% do valor dos empreendimentos como permite a Lei Municipal do Licenciamento Ambiental No 8723/ 2003 e não somente meio por cento sobre o valor do terreno como tem praticado a SEMAM, nos ultimos anos.
- que se implante finalmente o Parque Rachel de Queiroz, na Zona Oeste de Fortaleza, em seus 15 trechos, junto ao traçado dos Riachos Alagadiço e Cachoeirinha, como tem reinvidicado Movimento Pró Parque Rachel de Queiroz, por onde passa este traçado hídrico, que trará benfeitorias à mais de meio milhão de pessoas, em 21 bairros, de acordo com o projeto desenvolvido ainda em 2002, que hoje jaz "engavetado" na própria SEMAM.
- que se implante de fato o Parque das Dunas do Sabiaguaba, prometido desde 2006, quando da sanção de decreto municipal que o criou.
- e que finalmente se resolvam todas as pendencias e impedimento quanto a delimitaçao do Parque do Cocó, em conjunto com o Governo do Estado, que se arrastam desde 1989.
domingo, 13 de março de 2011
Mirante da ponte estaiada funciona nos finais de semana
O Complexo Turístico Mirante Ponte Mestre Isídorio França vai começar a funcionar aos finais de semana. A partir das 10h, todos poderão visitar o mais novo ponto turístico da cidade. O Complexo é administrado pela Prefeitura de Teresina, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semdec).
O horário de funcionamento, aos sábados e domingos, será das 10h às 18h. "Temos recebido muitos visitantes e para atender melhor nossos turistas vamos abrir aos finais de semana. É uma excelente opção de lazer e um espaço para toda a família", destacou Alexandre Magalhães, Secretário da SEMDEC.
Para o acesso ao mirante, será cobrada uma taxa de visitação que custa R$ 3,00, sendo que, crianças de até 12 anos, estudante apresentando carteira de identificação e idosos pagarão apenas R$ 1,50. O complexo Turístico conta com playground para crianças, lanchonetes e quiosques de artesanato que trazem produtos típicos da nossa cidade.
Fonte: Tribuna do Piauí
quinta-feira, 10 de março de 2011
Defesa Civil acompanha nível do Rio Parnaíba
Segundo o diretor da Chesf, Airton Freitas, mesmo com a abertura das comportas não há possibilidade de enchentes ou inundações nas regiões ribeirinhas.
“Mesmo durante o carnaval estivemos acompanhando o nível do rio, através dos boletins diários enviados pela Chesf, e mantemos contato direto com as defesas civis municipais, para qualquer eventualidade. Inclusive já avisamos o Corpo de Bombeiros dessa nossa vigilância e eles também estão a postos para o que precisar”, ressalta Jerry Herbert.
Fonte: Tribuna do Piauí Online
quarta-feira, 9 de março de 2011
O Código Florestal Brasileiro
terça-feira, 8 de março de 2011
Uma aventura selvagem, pela internet

O Instituto Smithsonian disponibilizou no endereço http://siwild.si.edu/ mais de 200 mil imagens obtidas através de armadilhas fotográficas, em sete projetos de pesquisa realizados ao redor do mundo. Segundo o Smithsonian, a intenção é compartilhar com o grande público o que até agora só os pesquisadores podiam ver, imagens bem próximas da vida selvagem. Nesta viagem virtual, o internauta pode ficar de frente a uma onça-pintada na Amazônia peruana ou na boca de um panda-gigante na China, além de fazer comentários e compartilhá-las através de redes sociais, como o Twitter ou o Facebook. Na página, em inglês, estão informações sobre os animais, localização e pesquisas realizadas na região.
Segundo as palavras do pesquisador da vida selvagem, William McShea, publicadas pelo site do instituto, “nem todas as fotos são bonitas, mas cada uma delas oferece informações para a conservação de animais silvestres”. As fotos não foram retocadas e estão disponíveis da maneira como os animais se apresentaram na hora do click. São fotografias e vídeos de mais de 200 espécies de mamíferos e pássaros, com links de referência para instituições como a Enciclopédia da Vida, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Museu Smithsoniano.
O site faz parte da iniciativa Web 2.0 do Smithsonian, para tornar as pesquisas e a ciência do instituto mais acessíveis ao público. Este esforço inicial para compartilhar informações obtidas ao redor do mundo por estas câmeras, mostrando não apenas a biodiversidade, mas também a variedade da pesquisa da vida selvagem realizada pelo Smithsonian, é o primeiro passo.
domingo, 6 de março de 2011
Pica-pau-do-parnaíba precisa de proteção
O trabalho começou em 2007 e tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, desenvolve uma pesquisa sobre o pica-pau-do-parnaíba. O responsável técnico pelo projeto, Renato Torres Pinheiro, estipula dois objetivos para a pesquisa: “Estudar a biologia e a ecologia do pica-pau-do-parnaíba, determinando seu hábitat preferencial, alimentação, reprodução, relação com outras espécies; e o de realizar expedições para áreas onde historicamente houvesse registros desta espécie”.
Os pesquisadores querem propor medidas para a conservação da ave, depois de reunirem as informações necessárias. A equipe de Pinheiro sabe da preferência da espécie por áreas de cerradão com bambu. “O que impossibilita uma definição de área exclusiva de ocorrência da ave, uma vez que este tipo de vegetação encontra-se disperso pelo Cerrado”, relata
Embora existam algumas estimativas, o pesquisador diz que ainda não existem dados suficientes para determinar o tamanho real da população do pica-pau-do-parnaíba no Brasil, mas sabe-se que é pequena. “Estima-se que haja entre três e seis mil indivíduos da espécie, sendo que as maiores populações estão no Estado do Tocantins, onde ainda se encontram as maiores extensões de Cerrado preservado”, comenta.
Outra preocupação dos cientistas é que não foi realizado, até hoje, nenhum registro do pica-pau-do-parnaíba em unidades de conservação de proteção integral, o que aumenta a vulnerabilidade da espécie. Essa evidência estimula a pressão por mais conservação do Cerrado. Segundo Pinheiro, como a ave depende muito do seu hábitat.
Em janeiro, Pinheiro e a equipe do projeto que pesquisa o pica-pau-do-parnaíba identificaram, pela primeira vez, a ocorrência da espécie em uma área protegida, na reserva particular do município de Minaçu, na região norte de Goiás. Os pesquisadores passaram a procurar de indivíduos da espécie para captura e marcação com radiotransmissores. Está prevista a marcação de cinco aves, para a identificação de hábitos de vida que ainda não foram registrados.
A própria espécie contribui com a conservação do bioma. Como a ave se alimenta exclusivamente de formigas, os cientistas acreditam que ela tem uma relação ecológica importante com este grupo, seja alimentando-se e controlando algumas espécies, seja furando as hastes de bambu e permitindo que outras espécies façam uso deste recurso. “Apesar de ingerir mais de 20 espécies de formigas diferentes, seleciona apenas duas, que compõem 80% de sua dieta. Nesse sentido, por ser uma espécie altamente especializada no uso de alguns recursos do meio, seguramente a sua ausência causaria um desequilíbrio”, explica Pinheiro.
![]() Fêmea. Crédito: Renato Pinheiro |
![]() Macho. Crédito: Renato Pinheiro Fonte: Portal O ECO |
quinta-feira, 3 de março de 2011
Lixo será transformado em adubo orgânico no Dirceu
Em uma ação que mobilizou mais de 80 homens, a Prefeitura de Teresina, por meio da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sudeste retirou da Horta Comunitária do Grande Dirceu cerca de duas toneladas de lixo. O motivo da grande operação de limpeza foi que nas próximas semanas os horticultores irão começar a transformar lixo em adubo orgânico que será usado nos canteiros de cebola verde, quiabo, maxixe e cheiro verde.
Foram vários os motivos para realizar esta operação, pois além de evitar a contaminação de pessoas com doenças transmitidas pelo acumulo de lixo também nas próximas semanas os horticultores irão começar a transformar o lixo em adubo orgânico que será usado nos canteiros de cebola verde, quiabo, maxixe e cheiro verde.
Diariamente a Gerência de Serviços Urbanos da SDU/Sudeste está nas ruas com 80 homens que trabalham na limpeza de ruas, avenidas, praças, parques e galerias.
terça-feira, 1 de março de 2011
Relatora da ONU questiona déficit habitacional brasileiro
O número de imóveis desocupados atualmente no País pode abrigar a maioria da população sem teto, disse ontem a relatora especial da ONU/ Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada e urbanista da FAU-USP/Faculdade e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - Raquel Rolnik.
Segundo ela, há cerca de 5 milhões de unidades vazias, quase o número estimado do déficit habitacional, de 6 milhões de moradias. "Será que a construção de casas é o nosso problema?", perguntou Raquel, ao participar da 3ª Jornada da Moradia Digna - O Impacto dos Megaprojetos e as Violações do Direito à Cidade, que prosseguirá até amanhã na PUC (Pontifícia Universidade Católica), em São Paulo.
O encontro reuniu durante todo o dia representantes das comunidades de baixa renda, líderes de movimentos sociais e de ONGs (organizações não governamentais) e da Defensoria Pública. O objetivo é discutir a situação das famílias ameaçadas de despejo ou remoção por causa da preparação do País para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
De acordo com Raquel, as obras para os dois eventos resultaram em "uma intervenção urbanística nas cidades com projetos que afetam comunidades, provocando remoções e despejos, que é violação dos direitos humanos."
Raquel defende a criação de espaços para essa população nas áreas mais desenvolvidas das regiões metropolitanas, onde há melhor infraestrutura, como escolas, hospitais, entretenimento e trabalho. "Tirar as as pessoas de onde elas vivem e colocá-las a 50 quilômetros de distância é alimentar a máquina de exclusão territorial e as ocupações em áreas de risco".
Fonte: Agencia Brasil/ Diário do Grande ABC