quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Seca recorde muda a paisagem do Rio Negro


Seca recorde do Rio Negro muda a rotina de carregadores e comerciantes do Porto de Manaus. O que era água do Rio Negro, no período de cheias, no Porto de Manaus, hoje abriga carros, caminhões e barcos. A areia aparece pelo recuo de 100 metros da margem está sendo suada para base do comércio e como via de caminhada por viajantes e carregadores dos mais variados produtos.

Na maior seca do Rio Negro em 108 anos, a paisagem muda ao longo de seu curso. O canoeiro José dos Santos conta que um lajedo de pedras "reapareceu" no meio do rio, a cerca de 400 metros da margem. "Elas só foram vistas em 1963, quando também houve recorde de vazão do rio. Em 1983 um barco bateu nelas e ficou encalhado. Mas não dava para ver. Agora, em outubro, ela reapareceu”. O lajedo virou atração turística a banhistas.

O também canoeiro Pedro Roque, de 62 anos, diz que "há lugares que não dá para passar” pela primeira vez em muitos anos porque leitos de igarapés estão secos.

No último domingo, o nível do Rio Negro chegou a 13,63m, um centímetro a menos que o recorde de 1963. É o nível mais baixo em 108 anos, desde que a medição começou a ser feita no Porto de Manaus. Na segunda-feira, subiu para 13,65m e , na quarta, atingiu 13,70m. Daniel Oliveira, chefe do setor de hidrologia do Serviço Geológico do Brasil, o CPRM, afirma ao iG que, apesar de o rio Negro estar subindo desde domingo, ainda não é possível saber se a vazão chegou ao fim. “O rio Negro é decorrente do que acontece no Solimões, sobe e desce de acordo com ele”, explica. A água do rio Solimões voltou a cair, após dias seguidos de alta.

A seca no Amazonas fez com que 38 dos 62 municípios decretassem situação de emergência, segundo informou a Defesa Civil do Estado. Mais de 62 mil famílias já foram afetadas pela estiagem e pelo baixo nível dos rios. No interior, há comunidades isoladas e barcos impedidos de atracar nos portos. Em Manaus, há leitos de igarapés secos bem no meio da capital.

Segundo o CRPM, o rio Solimões já alcançou o menor nível da história nos principais pontos de medição. O rio Amazonas também já quebrou recorde com o menor nível registrado desde 1970, quando iniciou a medição.

Fonte: Portal IG

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